Andriy Portnov, de 52 anos, ex-conselheiro do ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovych, foi assassinado na manhã desta quarta-feira (21) em frente à Escola Americana de Madrid, uma das instituições de ensino mais prestigiadas da Espanha. O crime ocorreu por volta das 9h15, horário local, quando Portnov foi atingido por cinco disparos, um deles na cabeça, segundo o jornal El Mundo. A polícia investiga a possível participação de múltiplos suspeitos no ataque.
O tiroteio mobilizou as autoridades e ativou imediatamente o protocolo de segurança da escola, impedindo a entrada e saída de pessoas até que a situação fosse controlada. Nenhum aluno ou funcionário ficou ferido, apesar de o incidente ter ocorrido no momento de chegada dos estudantes.
A polícia espanhola trabalha com a hipótese de que o assassinato tenha sido um ajuste de contas, embora as investigações ainda estejam em fase inicial. Imagens da cena do crime mostram a área isolada por agentes de segurança, que montaram um perímetro ao redor da escola localizada próxima ao centro da capital espanhola.
Portnov teve um papel polêmico durante os protestos do Euromaidan, entre 2013 e 2014, por seu envolvimento na aprovação das chamadas “leis da ditadura”, que restringiam direitos como liberdade de expressão e reunião. Após a queda do governo Yanukovych, ele deixou a Ucrânia, morou na Rússia e depois na Áustria, enfrentando sanções da União Europeia entre 2014 e 2015.
Em 2019, ele retornou ao seu país de origem e chegou a ser alvo de investigações do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), devido à sua suposta proximidade com o governo russo, questão que manteve seu nome em destaque no cenário político ucraniano.
O assassinato ocorre em um contexto de elevada tensão geopolítica, em meio ao prolongado conflito entre Ucrânia e Rússia. A morte de Portnov pode reacender debates sobre o papel de antigos aliados do Kremlin e seu envolvimento em disputas internacionais.