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Atualidade
21/05/2025 09:00:00

Médicos dos EUA realizam com sucesso o primeiro transplante de bexiga humana do mundo

Médicos dos EUA realizam com sucesso o primeiro transplante de bexiga humana do mundo

Cirurgiões norte-americanos realizaram, com êxito, o primeiro transplante de bexiga humana, um feito inédito que representa um marco histórico na medicina moderna. A operação foi realizada no início de maio no Ronald Reagan UCLA Medical Center, em Los Angeles, e contou com uma equipe da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA).

O paciente, Oscar Larrainzar, de 41 anos, estava em tratamento de diálise há sete anos. Ele havia perdido a maior parte da bexiga após um câncer e, posteriormente, teve os dois rins removidos. Durante a cirurgia, Larrainzar recebeu uma bexiga e um rim do mesmo doador.

De acordo com a UCLA, a intervenção durou aproximadamente oito horas. Inicialmente, os médicos transplantaram o rim e, em seguida, a bexiga. A conexão entre os dois órgãos foi realizada com uma técnica desenvolvida ao longo dos anos pelos cirurgiões Nima Nassiri e Inderbir Gill, responsáveis pela condução do procedimento.

“O rim começou a produzir urina de forma imediata, com melhora instantânea da função renal”, relatou Nassiri. Ele ainda destacou que o paciente não precisou de diálise após a cirurgia, e que a urina escoou normalmente pela nova bexiga.

O procedimento oferece uma nova perspectiva para pessoas com falência da bexiga, que até então contavam apenas com alternativas como a reconstrução com partes do intestino ou o uso de bolsas externas para coleta de urina. Essas opções, embora funcionais, envolvem riscos significativos em curto e longo prazo.

“O sucesso dessa cirurgia pode transformar o tratamento de milhares de pacientes com disfunção grave da bexiga”, declarou Inderbir Gill, que também é diretor do Instituto de Urologia da UCLA.

O transplante é o primeiro passo de um ensaio clínico destinado a analisar a viabilidade, os benefícios e os riscos dessa abordagem cirúrgica. A expectativa é que novos pacientes possam ser submetidos ao procedimento nos próximos meses.

Reconhecido como um dos procedimentos mais desafiadores da medicina, o transplante de bexiga exige habilidade cirúrgica avançada devido ao difícil acesso à região pélvica e à complexa rede de vasos sanguíneos envolvidos. Com esse avanço, abrem-se novas possibilidades no campo da medicina regenerativa e dos transplantes de órgãos.