Diante das fortes chuvas que atingem Alagoas desde a última sexta-feira (15) e com a previsão de continuidade das precipitações nesta segunda-feira (19), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) emitiu um alerta sobre os riscos da leptospirose. A doença é causada pela bactéria Leptospira, transmitida principalmente pelo contato com água contaminada pela urina de roedores infectados.
Esses animais costumam habitar locais com entulhos, bueiros e áreas sem saneamento adequado. Durante enchentes e alagamentos, a urina dos roedores se mistura à água, tornando-se um meio de propagação da bactéria. Quando as pessoas entram em contato com essa água, a bactéria pode penetrar no organismo através da pele, especialmente se houver lesões ou se estiver desprotegida.
A superintendente de Vigilância e Controle de Doenças Transmissíveis da Sesau, Waldineia Silva, reforça a importância de evitar o contato direto com água de enchentes. Quando essa exposição for inevitável, é essencial o uso de equipamentos de proteção individual, como botas e luvas de borracha. Ela também destaca a necessidade de manter os ambientes residenciais limpos para impedir a proliferação dos roedores.
"A forma mais eficaz de se proteger contra a leptospirose é evitar o contato com água contaminada. Quando isso não for possível, é fundamental utilizar EPIs e não negligenciar o controle dos roedores", afirmou Waldineia.
Sintomas da leptospirose
A doença pode se manifestar entre o primeiro e o trigésimo dia após a exposição. Os principais sintomas são febre alta, dor muscular intensa, especialmente nas panturrilhas, dor de cabeça, calafrios, náuseas e vômitos. Em quadros mais graves, a leptospirose pode evoluir para insuficiência renal e hemorragia pulmonar, aumentando o risco de morte.
De acordo com os dados da Sesau, entre janeiro e abril deste ano, foi registrado um caso da doença sem ocorrência de óbito. Em 2024, foram notificados 40 casos, dos quais seis resultaram em morte. As informações foram extraídas do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), ambos do Ministério da Saúde.