O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta segunda-feira (19) que Israel permitirá a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, com o apoio dos Estados Unidos. O líder israelense destacou que o controle total do território é fundamental para derrotar o grupo Hamas e que prevenir a fome na região é uma estratégia que contribui para alcançar os objetivos de guerra. Ele ressaltou que o fornecimento de ajuda será supervisionado pelo Exército israelense, impedindo que o Hamas se aproprie dos suprimentos.
Netanyahu afirmou que a distribuição será realizada por empresas americanas em pontos protegidos pelas forças israelenses, garantindo que alimentos e medicamentos cheguem diretamente à população civil. No entanto, ele não especificou quando a ajuda começará a entrar, mencionando apenas que os primeiros pontos serão estabelecidos nos próximos dias. Até o momento, caminhões com suprimentos foram vistos estacionados fora da fronteira, mas não houve entrada de carga em Gaza.
O anúncio ocorre em meio a uma ofensiva terrestre israelense em Gaza, que foi precedida por bombardeios aéreos que atingiram mais de 670 alvos do Hamas na última semana. Segundo o Ministério da Saúde palestino, controlado pelo Hamas, os ataques resultaram na morte de mais de 500 pessoas, incluindo mulheres e crianças. A operação, classificada como "ocupação total", foi aprovada pelo congresso israelense e busca garantir controle permanente sobre o território.
De acordo com o chefe do Exército israelense, Major-General Eyal Zamir, o objetivo é enfraquecer a capacidade de combate do Hamas e garantir o retorno dos sequestrados. Fontes militares informaram que a população palestina continuará sendo deslocada para o sul do território, uma prática criticada por órgãos humanitários como a Cruz Vermelha e a ONU.
O papa Leão XIV também comentou o conflito durante sua missa inaugural, pedindo paz e mencionando o sofrimento da população em Gaza, especialmente crianças, famílias e idosos. Desde o início do conflito, Gaza enfrenta uma grave crise humanitária, com mais de 53 mil palestinos mortos, segundo autoridades locais, e um relatório da ONU apontando que a maioria das vítimas são civis.