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Saúde
19/05/2025 16:00:00

Estresse leva 80% dos pacientes a interromperem tratamento de diabetes

Estresse leva 80% dos pacientes a interromperem tratamento de diabetes

A relação entre diabetes e saúde mental é uma via de mão dupla que muitas vezes passa despercebida no tratamento convencional. Dados da Federação Internacional de Diabetes (IDF) mostram que 77% dos pacientes com diabetes já enfrentaram problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, devido ao impacto da doença. Para muitos, o impacto psicológico começa logo no diagnóstico, como explica o médico Leonardo Scandolara, que convive com a doença desde os sete anos. "Imagine ser diagnosticado com uma condição para o resto da vida, que exige mudanças significativas nos hábitos alimentares e na rotina diária", comenta.

O estresse causado pela necessidade constante de controle da doença tem consequências diretas na saúde mental. Uma pesquisa da IDF revela que 79% dos participantes relataram esgotamento devido às demandas contínuas de gerenciamento do diabetes. No Brasil, a situação é ainda mais crítica: 80% dos pacientes acabam abandonando o tratamento em algum momento por conta do estresse. "As consultas médicas são muito rápidas, e muitas vezes o médico precisa orientar sobre dieta, atividade física e outros aspectos do tratamento, mas a saúde mental acaba sendo deixada de lado", lamenta Scandolara.

Consequências físicas do estresse

O impacto da interrupção do tratamento vai além do controle da glicemia. Pacientes que abandonam o tratamento estão mais propensos a desenvolver complicações graves, como problemas cardiovasculares, insuficiência renal e perda da visão. A expectativa e a qualidade de vida desses pacientes também são severamente afetadas.

Exaustão na rotina de cuidados

Para muitos pacientes, a dificuldade vai além das consultas médicas. É no dia a dia que o diabetes se torna uma carga pesada, exigindo monitoramento constante da glicemia, aplicação de insulina, controle alimentar e prática de exercícios físicos. É nesse cenário que soluções de suporte emocional e prático podem fazer a diferença.

Uma dessas soluções é a assistente virtual Tia Bete, uma ferramenta criada para oferecer apoio contínuo aos pacientes. Desenvolvida por especialistas em saúde, a Tia Bete combina orientação técnica e suporte emocional, garantindo que os pacientes tenham acesso a informações confiáveis e acolhimento em qualquer momento. "Ela foi projetada para ser empática e carinhosa, ajudando os pacientes a se sentirem menos sozinhos na gestão da doença", explica o nutricionista Felipe Muller.

A Tia Bete é uma assistente treinada por médicos e nutricionistas, oferecendo lembretes para medicação e monitoramento de glicemia, dicas de alimentação saudável adaptadas ao diabetes, sugestões de exercícios seguros e ajuda na contagem de carboidratos. Segundo Scandolara, o acesso a esse tipo de suporte pode fazer a diferença na continuidade do tratamento.

Alimentação e saúde mental

O impacto do estresse no diabetes é um ciclo vicioso. O estresse eleva os níveis de cortisol, que aumenta a resistência à insulina e dificulta o controle da glicemia. Por outro lado, o descontrole glicêmico intensifica o estresse e a ansiedade. Para romper esse ciclo, uma alimentação adequada é fundamental.

O nutricionista Felipe Muller destaca que alimentos ricos em triptofano, como ovos, peixes, sementes de abóbora e girassol, são precursores da serotonina, hormônio ligado ao bem-estar. "Esses alimentos ajudam a melhorar o humor e a reduzir a ansiedade, desde que sejam consumidos dentro do plano alimentar adequado para diabéticos", explica.

Outros alimentos, como peixes ricos em ômega-3 (salmão, sardinha), nozes, sementes de chia e linhaça, são conhecidos por suas propriedades anti-inflamatórias, que ajudam tanto na saúde cerebral quanto no controle da glicemia. Já o magnésio, presente em folhas verdes escuras, amêndoas e abacate, auxilia na redução da ansiedade e melhora a resposta celular à insulina.

Saúde intestinal e bem-estar

Estudos recentes mostram que a saúde intestinal também está diretamente ligada ao controle do diabetes e à saúde mental. Alimentos probióticos, como kefir e iogurte natural sem açúcar, além de fibras presentes em frutas, legumes e grãos integrais, ajudam a manter a microbiota intestinal saudável, favorecendo a produção de neurotransmissores ligados ao bem-estar.

Cuidado integral: mais que controle de glicemia

O tratamento do diabetes vai muito além do controle da glicemia. Integrar estratégias de saúde mental ao tratamento é essencial para garantir que os pacientes não apenas mantenham a doença sob controle, mas também melhorem sua qualidade de vida. "Tratar o diabetes sem cuidar da saúde mental é como tentar dirigir um carro com apenas três rodas. Pode até funcionar por um tempo, mas logo se torna insustentável e perigoso", resume Scandolara.

Outras estratégias que ajudam a reduzir o impacto emocional do diabetes incluem manter uma boa hidratação, ter noites de sono adequadas, praticar atividades físicas regularmente e realizar técnicas de relaxamento, como meditação. Relações sociais saudáveis, hobbies e momentos dedicados ao autocuidado também são importantes para preservar o equilíbrio emocional.

Sobre a Tia Bete

A Tia Bete é uma assistente de inteligência artificial (IA) desenvolvida pela empresa Chatvolt, com o apoio de um corpo clínico formado por médicos e nutricionistas. Seu objetivo é transformar o manejo diário do diabetes em uma experiência mais leve, prática e inclusiva. A assistente oferece suporte personalizado, ajuda na contagem de carboidratos, cálculos de insulina e dicas sobre estilo de vida saudável, tudo com uma abordagem acolhedora.

Premiada com o Prêmio Walter Minicucci de Inovação em Diabetes, a Tia Bete está atualmente em uso no Sistema Único de Saúde (SUS), em um projeto piloto na cidade de Bofete, São Paulo. Gratuita, a ferramenta pode ser acessada pelo WhatsApp, bastando adicionar o número (+55 11 98050-9019) e iniciar a conversa com um simples "Olá!".