O Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), participou da Conferência Mundial de Educação Digital, realizada entre os dias 14 e 16 de maio em Wuhan, na China. O evento foi promovido pelo Ministério da Educação da China, em parceria com a Comissão Nacional da China para a Unesco e o governo da província de Hubei, reunindo autoridades e especialistas para discutir os avanços e desafios da educação digital.
Durante o encontro, o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Marcelo Bregagnoli, representou o Brasil na sessão dedicada ao tema "Cointegração e Codesenvolvimento: Construção de Ecossistemas Inteligentes na Educação Profissional". Em sua palestra, Bregagnoli destacou que uma das prioridades do MEC é o combate à evasão escolar. Ele apresentou a Plataforma Sissa, um Sistema Integrado de Suporte ao Sucesso Acadêmico que utiliza inteligência artificial e estratégias pedagógicas para identificar riscos e promover ações que garantam o acesso, a permanência e o êxito dos estudantes.
Na cerimônia de encerramento da conferência, Bregagnoli ressaltou as iniciativas do Brasil na digitalização da educação, como a Política Nacional de Educação Digital e o Programa Escolas Conectadas. Ele também aproveitou a ocasião para convidar os participantes a comparecerem à COP30, que será realizada em novembro em Belém, no Pará. Além disso, o secretário representou as Américas no lançamento da "Wuhan Initiative on Digital Education Cooperation", reforçando o compromisso com a cooperação internacional na área educacional.
Fortalecimento da cooperação Brasil-China
Durante a visita à China, o secretário do MEC foi recebido pelo vice-ministro da Educação da China, Wang Gongyan. Ambos discutiram o potencial de crescimento do intercâmbio estudantil entre os dois países, que atualmente conta com pouco mais de mil estudantes brasileiros na China. Bregagnoli destacou o interesse em ampliar essa cooperação, lembrando o comentário do ministro Camilo Santana, que defendeu que a densidade da parceria educacional entre Brasil e China deve refletir a força alcançada em outras áreas, como comércio e commodities.
Em entrevista à mídia chinesa, Bregagnoli enfatizou o valor da cooperação internacional em educação digital, destacando o interesse do Brasil em aprender com a experiência chinesa no uso de tecnologias educacionais e inteligência artificial. "Nosso objetivo é adaptar esses modelos ao contexto brasileiro e impulsionar as iniciativas do governo para construir um ecossistema educacional mais inclusivo e responsivo às necessidades do século XXI", afirmou.
Visitas e cooperação interuniversitária
A missão brasileira também incluiu visitas a instituições de ensino na China, como a Universidade Vocacional Aberta da China, onde o secretário conheceu o modelo de integração escola-empresa, responsável por uma taxa de empregabilidade de cerca de 97% entre os estudantes. Bregagnoli visitou ainda a Universidade de Hubei, a primeira instituição chinesa a criar um Centro de Estudos Brasileiros e a estabelecer um Instituto Confúcio no Brasil.
Nessas visitas, o secretário conversou com estudantes brasileiros que participam de intercâmbios e destacou o valor da troca cultural e acadêmica entre os dois países. O fortalecimento da cooperação interuniversitária foi apontado como um caminho para ampliar as oportunidades educacionais e promover o entendimento mútuo entre as nações.