Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, foi preso na última sexta-feira (16) em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, em uma operação realizada pela Polícia Federal (PF) com o apoio da Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen (FELCC), unidade da polícia boliviana especializada no combate a crimes graves.
De acordo com informações da PF, Tuta foi detido por utilizar documento falso e é apontado como um dos principais articuladores de um esquema internacional de lavagem de dinheiro ligado à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). O órgão informou que ele foi condenado anteriormente por crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro, com uma pena superior a 12 anos de prisão, além de ter seu nome incluído na Lista de Difusão Vermelha da Interpol.
Após sua captura, Tuta permanece sob custódia das autoridades bolivianas, aguardando os procedimentos legais que podem resultar em sua expulsão ou extradição para o Brasil.
Quem é Tuta?
Segundo o Ministério Público de São Paulo e a Polícia Federal, Tuta é uma figura de destaque dentro do PCC, tendo assumido o comando da organização após a prisão de Marcola em 2019. Desde então, ele teria se envolvido diretamente nas decisões financeiras do grupo, planejado atentados e até mesmo organizado um frustrado plano de resgate do ex-líder. Foragido desde 2020, Tuta também é conhecido pelos apelidos de “Angola”, “Africano” e “Gringo”.
Seu histórico criminal é extenso. Em 2006, ele foi preso pela primeira vez e condenado a mais de 23 anos de prisão por crimes como latrocínio, roubo, falsificação e corrupção ativa. Na ocasião, tentou subornar policiais da Rota com uma oferta de R$ 50 mil. Liberado em 2014 por progressão de pena, ele voltou a atuar no mundo do crime, montando um esquema de lavagem de dinheiro que envolvia a utilização de “laranjas” para negociar imóveis e empresas em seu nome. Em 2023, duas pessoas ligadas a esse esquema foram presas.
A inclusão do nome de Tuta na Lista Vermelha da Interpol foi fundamental para sua captura, ampliando o alcance da busca internacional e permitindo que as autoridades bolivianas agissem em cooperação com a Polícia Federal brasileira.
Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen (FELCC)
A Fuerza Especial de Lucha Contra el Crimen (FELCC) é uma unidade da polícia boliviana responsável por investigar crimes de maior gravidade, como homicídios, roubos, sequestros e delitos financeiros, além de atuar em crimes de dimensão internacional. Diferente das unidades de conciliação cidadã, que lidam com infrações de menor potencial ofensivo, a FELCC é voltada para o combate a crimes complexos.
A atuação da FELCC em parceria com a Polícia Federal brasileira foi fundamental para a prisão de Tuta, reforçando a cooperação internacional no enfrentamento ao crime organizado.