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Mundo
17/05/2025 14:00:00

Coreia do Norte amplia arsenal de mísseis intercontinentais, que pode quintuplicar até 2035

Coreia do Norte amplia arsenal de mísseis intercontinentais, que pode quintuplicar até 2035

Um relatório da Agência de Inteligência de Defesa dos Estados Unidos (DIA, na sigla em inglês) aponta que a Coreia do Norte tem o potencial de expandir significativamente seu arsenal de mísseis intercontinentais (ICBMs), passando das atuais dez unidades para 50 até 2035. A avaliação surge em meio aos esforços do governo Trump para fortalecer o sistema antimísseis norte-americano, conhecido como “Golden Dome”, segundo informações da rede Radio Free Asia (RFA).

O documento da DIA apresenta uma projeção global de ameaças nucleares direcionadas aos Estados Unidos. No topo da lista está a China, que atualmente possui 400 mísseis intercontinentais e pode chegar a 700 até 2035. A Rússia, com 350 mísseis atualmente, deve aumentar seu arsenal para 400 no mesmo período. O Irã, por sua vez, ainda não possui esse tipo de armamento, mas pode alcançar até 60 unidades nos próximos dez anos.

Apesar das sanções impostas pela Organização das Nações Unidas (ONU), a Coreia do Norte realizou seis testes nucleares e desenvolveu mísseis com alcance suficiente para atingir o território continental dos Estados Unidos. Um dos principais pontos de preocupação é o míssil Hwasong-19, movido a combustível sólido, testado em outubro de 2024. Segundo o general Gregory Guillot, comandante do Comando Norte dos EUA, o líder norte-coreano Kim Jong-un parece estar determinado a avançar do estágio de desenvolvimento para a produção em série e implantação operacional desse armamento.

O Hwasong-19 representa um desafio para os sistemas de defesa antimísseis dos Estados Unidos, pois seu uso de combustível sólido reduz significativamente o tempo necessário para preparação e lançamento, dificultando sua detecção e interceptação. Especialistas do Pentágono destacam que o avanço do programa de mísseis da Coreia do Norte ameaça diretamente a capacidade defensiva norte-americana.

O programa de mísseis intercontinentais da Coreia do Norte teve início com o lançamento bem-sucedido do Hwasong-14 em julho de 2017. Meses depois, o país apresentou o Hwasong-15, com maior alcance e potência. Em 2020, o regime revelou o Hwasong-17, supostamente capaz de transportar múltiplas ogivas, seguido pelo teste do Hwasong-18 em 2023, o primeiro modelo norte-coreano movido a combustível sólido.

Os avanços tecnológicos recentes da Coreia do Norte também são atribuídos à crescente cooperação militar com a Rússia. Especialistas afirmam que essa colaboração se intensificou após o envio de tropas e equipamentos norte-coreanos para apoiar a guerra na Ucrânia, o que pode estar acelerando o desenvolvimento do programa de mísseis de Pyongyang.