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Guerra
16/05/2025 14:00:00

Gaza enfrenta crise de desnutrição infantil com 57 mortes registradas, alerta ONU

Gaza enfrenta crise de desnutrição infantil com 57 mortes registradas, alerta ONU

A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou que desde o início do bloqueio de ajuda humanitária a Gaza, em 2 de março, 57 crianças morreram em decorrência da desnutrição. O Ministério da Saúde local alerta que, caso a situação continue, cerca de 71 mil crianças com menos de cinco anos podem sofrer de desnutrição aguda nos próximos 11 meses.

O representante da OMS no Território Palestino Ocupado, Rik Peeperkorn, destacou que a escassez de ajuda deixou a organização com suprimentos suficientes para tratar apenas 500 crianças com desnutrição aguda, número muito inferior à necessidade real. “As pessoas estão presas neste ciclo em que a falta de alimentos diversificados, a desnutrição e as doenças se alimentam mutuamente”, explicou.

Uma análise recente da Classificação da Fase de Segurança Alimentar Integrada (IPC), apoiada pela ONU, revela que uma em cada cinco pessoas em Gaza, o equivalente a 500 mil habitantes, enfrenta a fome. Toda a população da Faixa de Gaza, que soma 2,1 milhões de pessoas, está sujeita à escassez prolongada de alimentos.

Durante uma visita ao hospital Kamal Adwan, no norte de Gaza, Peeperkorn relatou que mais de 11% das crianças atendidas apresentavam desnutrição aguda. “Vi crianças de cinco anos que pareciam ter dois anos e meio”, descreveu. A OMS atualmente apoia 16 centros ambulatoriais e três centros de tratamento de desnutrição em Gaza, mas o bloqueio israelense e a limitação do acesso humanitário comprometem essas operações.

A organização mantém 31 caminhões de ajuda humanitária retidos em Al-Arish, no Egito, a poucos quilômetros da fronteira de Rafah, prontos para serem enviados a Gaza. Outros suprimentos estão estocados na Cisjordânia, aguardando autorização para transporte.

Além da crise de desnutrição, o Complexo Médico Nasser, em Khan Younis, sul de Gaza, foi atingido por um ataque aéreo israelense na terça-feira (13), resultando em duas mortes, 12 feridos e a perda de 18 leitos hospitalares, incluindo oito de terapia intensiva.

O representante da OMS fez um apelo pela proteção das instalações de saúde, pelo fim imediato do bloqueio humanitário e pela libertação de reféns mantidos por grupos armados palestinos, reforçando que “a saúde não é um alvo”.