Agência Brasil
O boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (15) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), destaca que o vírus da influenza A, causador da gripe, é atualmente a principal causa de mortalidade por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em idosos e uma das três principais causas de óbito entre crianças. O relatório também aponta um crescimento nas internações por influenza A em várias regiões do país, especialmente nos estados do Centro-Sul, Norte e Nordeste.
O estudo revela que, em algumas áreas do Centro-Oeste e Sudeste, o número de casos de SRAG em crianças pequenas, causado pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), apresenta sinais de desaceleração ou até mesmo de redução. No entanto, a pesquisadora Tatiana Portella, do InfoGripe, ressalta que não é o momento de relaxar os cuidados, pois a incidência de casos permanece em níveis considerados moderados a altos.
A análise do boletim mostra que, entre os idosos, o vírus da influenza A lidera como causa de mortes por SRAG, seguido pela Covid-19. Já entre as crianças pequenas, o VSR continua como a principal causa de mortalidade, seguido pelo rinovírus e pela própria influenza A.
Tatiana Portella reforça a importância da vacinação contra a gripe para os grupos mais vulneráveis, destacando que a imunização é a medida mais eficaz para prevenir internações e mortes causadas pela doença. Ela também recomenda o uso de máscaras em unidades de saúde e locais com aglomeração, especialmente para aqueles que apresentem sintomas gripais.
O boletim ainda aponta um sinal de aumento de casos de SRAG em diversas regiões do país, com tendência de crescimento tanto no curto prazo (três semanas) quanto no longo prazo (seis semanas). O crescimento tem sido mais acentuado entre crianças pequenas, principalmente por VSR, e entre jovens, adultos e idosos, relacionados à influenza A.
Atualmente, 15 das 27 unidades da federação apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco, com tendência de crescimento: Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.
Outros oito estados também registram alta incidência de SRAG, mas sem sinal de crescimento a longo prazo: Amapá, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Pará, Sergipe e Rio Grande do Norte.