A Justiça do Rio de Janeiro determinou o afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A decisão foi proferida pela 19ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), sob a responsabilidade do desembargador Gabriel De Oliveira Zefiro, que atendeu ao pedido de Fernando Sarney, vice-presidente da entidade.
Com a determinação, Fernando Sarney foi nomeado como interventor e deverá convocar novas eleições para a presidência da CBF “o mais rápido possível”, obedecendo aos prazos estabelecidos no estatuto da instituição.
Motivos do afastamento
A decisão tem como base a anulação de um acordo que havia sido homologado anteriormente pela corte, devido a dúvidas sobre a capacidade mental de um dos signatários, Antônio Carlos Nunes de Lima, conhecido como Coronel Nunes, além da suspeita de falsificação de sua assinatura. A ausência de Coronel Nunes em uma audiência, ocorrida em 12 de maio, também foi considerada na deliberação.
O magistrado declarou nulo o acordo, afirmando que existiam indícios de falsificação, o que colocou em dúvida a legitimidade da eleição de Ednaldo Rodrigues para o cargo em 2023.
Denúncias e desdobramentos
Na semana anterior, o Supremo Tribunal Federal (STF) já havia recebido duas denúncias contra Ednaldo Rodrigues, apresentadas pela deputada Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) e pelo próprio Fernando Sarney. Embora o ministro Gilmar Mendes tenha recusado os pedidos de afastamento diretamente, ele encaminhou o caso de volta para a Justiça do Rio de Janeiro, que acabou emitindo a decisão nesta quinta-feira, 15.
A sentença determina:
O afastamento da atual diretoria da CBF.
Que Fernando Sarney, como interventor, organize novas eleições.
Que a decisão sirva como mandado de intimação.
Que seja assinado o respectivo termo.
Com a saída de Ednaldo Rodrigues, a gestão da CBF passa temporariamente para Fernando Sarney, que assume a responsabilidade de coordenar o processo eleitoral e garantir a continuidade administrativa da entidade.