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Mundo
16/05/2025 00:00:00

Confronto entre Índia e Paquistão valoriza poderio militar da China e preocupa Taiwan

Confronto entre Índia e Paquistão valoriza poderio militar da China e preocupa Taiwan

O recente aumento de tensão militar entre Índia e Paquistão gerou preocupação global, não apenas pela rivalidade entre as duas nações nucleares, mas também pelo destaque repentino dado ao poderio bélico da China. Relatos indicam que caças J-10C, fabricados na China e utilizados pela Força Aérea do Paquistão, teriam derrubado cinco aviões indianos, levando a uma valorização expressiva das ações da fabricante chinesa AVIC Chengdu Aircraft, que registrou um aumento de mais de 55 bilhões de yuans (cerca de R$ 43,3 bilhões). As informações são da rede Bloomberg.

Embora o governo indiano ainda não tenha confirmado oficialmente o incidente, o impacto imediato foi sentido no mercado financeiro e na percepção global sobre a indústria de defesa da China, que antes enfrentava ceticismo, mas agora demonstra potencial para competir com as grandes potências ocidentais.

Taiwan, que há muito acompanha de perto as movimentações militares de Pequim, reagiu com preocupação. Segundo Shu Hsiao-Huang, pesquisador do Instituto de Pesquisa de Defesa Nacional e Segurança de Taipé, o episódio pode obrigar uma reavaliação das capacidades de combate aéreo do Exército de Libertação Popular (ELP), que já demonstram desempenho próximo ou até superior ao das forças dos Estados Unidos na Ásia Oriental.

Outro destaque foi o uso dos mísseis PL-15, projetados para combate ar-ar e capazes de alcançar velocidades superiores a Mach 5. Fragmentos desses mísseis foram encontrados na Índia, indicando sua provável primeira aplicação em combate real, o que aumentou o interesse internacional, especialmente entre países em desenvolvimento.

Mesmo com um histórico de problemas técnicos, como os enfrentados por Bangladesh e Mianmar, os equipamentos militares chineses continuam a ganhar espaço em mercados com orçamentos limitados. O Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri) revelou que as exportações de armas da China triplicaram entre 2000-2004 e 2020-2024, com o Paquistão permanecendo como o maior comprador.

Embora a China ainda esteja atrás de Estados Unidos, Rússia e França no mercado global de armas, o episódio envolvendo o confronto entre Índia e Paquistão pode se tornar uma inesperada vitrine para seus sistemas de defesa. Segundo James Char, professor do Programa China da Escola de Estudos Internacionais Rajaratnam (RSIS), há uma grande possibilidade de que os sistemas de armas chineses se tornem ainda mais atraentes para potenciais compradores internacionais.