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Guerra
15/05/2025 14:00:00

Japão lidera esforços para desativar minas na Ucrânia

Japão lidera esforços para desativar minas na Ucrânia

Empresas e pesquisadores japoneses estão à frente de uma iniciativa para remover minas terrestres que ameaçam a segurança da população e contaminam o solo em grande parte do território ucraniano. Utilizando tecnologias avançadas, como drones, inteligência artificial e escavadeiras blindadas, o Japão busca apoiar a Ucrânia na superação desse desafio.

O Japão realizará um workshop internacional no segundo semestre deste ano para discutir estratégias de remoção de minas e, em dezembro, presidirá a 22ª conferência da Convenção de Ottawa, acordo de 1997 que proíbe o uso e a transferência de minas antipessoais. Entre os principais envolvidos está a empresa Komatsu, conhecida por seu trabalho em remoção de minas em países como Camboja, Laos, Afeganistão e Angola. Em julho de 2024, o embaixador do Japão em Kiev, Kuninori Matsuda, entregou à Ucrânia quatro escavadeiras Komatsu blindadas, projetadas para detonar minas com segurança.

Avanços tecnológicos na detecção de minas

O governo japonês também tem apoiado o desenvolvimento de soluções tecnológicas para detectar e neutralizar minas. Hideyuki Sawada, professor da Universidade Waseda de Tóquio, lidera uma equipe que usa inteligência artificial e drones equipados com câmeras infravermelhas para identificar minas rapidamente. Segundo Sawada, o sistema tem uma taxa de sucesso de 95% na detecção de minas enterradas e continua a ser aprimorado com dados coletados na Ucrânia.

Essa abordagem combina aprendizado de máquina e análise térmica, permitindo que os drones detectem minas ocultas com base em sua assinatura térmica. Apesar dos desafios técnicos, como variações de temperatura e composição do solo, o projeto avança e já apresenta resultados promissores.

Proteção para a população e apoio humanitário

Desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022 até o final de 2024, o Japão já forneceu 91 bilhões de ienes (cerca de R$ 3,5 bilhões) em subsídios para a reconstrução da Ucrânia. Contudo, devido às restrições constitucionais do país, o apoio militar direto é limitado a itens não letais, como capacetes, coletes à prova de balas e equipamentos médicos.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, enfatizou a importância dos esforços de remoção de minas, afirmando que eles são essenciais para garantir a segurança da população e permitir que a Ucrânia se recupere da devastação da guerra. Além disso, Sawada destaca que 40% das vítimas de minas terrestres são crianças, reforçando a urgência de desenvolver soluções eficazes para proteger a nova geração.

O Japão continua a expandir seu apoio à Ucrânia, combinando experiência em tecnologias de remoção de minas com esforços diplomáticos e humanitários, contribuindo para tornar o país mais seguro e viabilizar sua reconstrução.