Em nota divulgada nesta quarta-feira (14), o reitor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Josealdo Tonholo, alertou para a grave crise financeira que afeta as universidades federais do país. Segundo o reitor, que também coordena a Rede Nordeste (Rene) da Andifes, o orçamento destinado ao funcionamento dessas instituições vem sendo corroído desde 2015, sem acompanhar o crescimento dos campi, cursos e serviços oferecidos à população.
Tonholo destacou que a nova política orçamentária de 2025, que impõe limites ao empenho financeiro, agrava ainda mais o problema, comprometendo o funcionamento básico das universidades e inviabilizando o pagamento de dívidas acumuladas. “Mesmo com a liberação total dos recursos previstos para 2025, as universidades continuariam operando no limite”, afirmou.
O reitor explicou que a transição entre o Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) e a Lei Orçamentária Anual (LOA) resultou em cortes significativos, reduzindo a capacidade de planejamento das instituições. A situação também cria insegurança na gestão de contratos, especialmente os que envolvem trabalhadores terceirizados.
Crise ameaça ensino, pesquisa e extensão
Na nota, o reitor destacou que a comunidade acadêmica da Ufal, composta por cerca de 40 mil pessoas, entre docentes, técnicos, estudantes e terceirizados, é diretamente afetada pela crise. Ele alertou que as universidades enfrentam o risco de insolvência, com dificuldades para manter atividades essenciais de ensino, pesquisa, extensão e cultura.
“Mesmo com a liberação integral dos recursos, as instituições continuariam operando em situação de sufoco, no limiar da insolvência orçamentária”, reforçou Tonholo. O reitor também criticou a ausência de uma previsão clara para a liberação dos recursos, o que inviabiliza qualquer forma de planejamento administrativo.
Contradições entre cortes e superávit
Na nota, Tonholo questionou o contraste entre o discurso do governo, que defende cortes e contingenciamentos, e os dados econômicos que apontam para um superávit parcial de R$ 74 bilhões, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Para o reitor, essa contradição evidencia a necessidade de o governo federal recompor o orçamento das universidades e garantir sua plena execução.
O documento finaliza com um apelo para que o governo federal adote medidas urgentes para assegurar o funcionamento das universidades e institutos federais, garantindo o compromisso com a educação pública, gratuita e de qualidade. “Isto é o mínimo que se pode esperar de um governo progressista que acredita que a educação pode ser elemento de transformação social”, concluiu o reitor.