Os embaixadores dos 27 países da União Europeia aprovaram nesta quarta-feira (14) o 17º pacote de sanções contra a Rússia, com foco em navios petroleiros "fantasmas" usados para contornar as restrições impostas ao petróleo russo. O novo pacote inclui cerca de 200 embarcações adicionais e aproximadamente 30 entidades acusadas de ajudar Moscou a burlar as sanções em vigor, elevando para 345 o número total de navios sob sanções.
Esses navios "fantasmas", geralmente antigos e não registrados, operam principalmente no Mar Báltico, navegando sem garantias ocidentais e muitas vezes tripulados por equipes inexperientes. Desde o início da invasão russa à Ucrânia em fevereiro de 2022, o número dessas embarcações disparou, permitindo que Moscou continue exportando petróleo apesar das restrições impostas pela Europa e pelos Estados Unidos.
Um relatório da Escola de Economia de Kiev identificou 430 navios em todo o mundo como parte dessa frota clandestina, evidenciando o desafio de bloquear completamente as exportações de petróleo russo. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reforçou nesta terça-feira (13) o pedido para que os aliados ocidentais adotem sanções ainda mais rigorosas contra Moscou, caso o presidente russo Vladimir Putin se recuse a negociar um cessar-fogo de 30 dias proposto por Kiev.
Ocidente reforça pressão por sanções mais severas
O chanceler alemão Friedrich Merz defendeu que os europeus e americanos mantenham sua unidade na aplicação de sanções contra a Rússia, alertando que uma "paz ditada" por Moscou não deve ser aceita. Segundo Merz, a Ucrânia não deve ser forçada a fazer concessões territoriais contra sua vontade.
Nos Estados Unidos, o senador Lindsey Graham elaborou um plano de sanções ainda mais rígido, que prevê tarifas alfandegárias de 500% sobre o petróleo russo e sobre os países que continuarem importando o produto. O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, destacou que essas sanções visam "fechar a torneira" da receita russa com petróleo, sufocando a economia do país.
Barrot anunciou que se reunirá nesta quinta-feira (15), na Turquia, com o senador Graham para discutir o plano. Ele reforçou que, apesar das sanções já em vigor, elas não foram suficientes para deter a guerra de agressão russa na Ucrânia, indicando a necessidade de medidas ainda mais severas.
Negociações de paz na Turquia
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, confirmou presença nas negociações de paz que ocorrerão na Turquia nesta quinta-feira. Zelensky fez um convite direto ao presidente russo, Vladimir Putin, para que participe das conversas, mas ainda não recebeu uma resposta oficial.
Enquanto isso, os líderes ocidentais discutem formas de aumentar a pressão econômica sobre Moscou, buscando forçar o governo russo a aceitar um cessar-fogo e encerrar o conflito.