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Polícia
14/05/2025 16:00:00

Chefe do tráfico da Maré morto em ação da PM tinha 227 anotações criminais

Chefe do tráfico da Maré morto em ação da PM tinha 227 anotações criminais

O criminoso Thiago da Silva Folly, conhecido como "TH", apontado como chefe do tráfico de drogas no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro, foi morto durante uma operação da Polícia Militar nesta terça-feira (13). "TH" possuía um histórico criminal extenso, com 227 anotações por diversos crimes, incluindo homicídios, além de 17 mandados de prisão em aberto.

Durante a operação, além de Thiago Folly, outros dois homens que atuavam como seguranças dele também foram mortos. A ação policial ocorreu na favela do Timbau, uma das 11 comunidades controladas pelo Terceiro Comando Puro (TCP), facção liderada por "TH". O criminoso vinha sendo monitorado há 11 meses, após seu envolvimento na morte de dois policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) em junho do ano passado.

A lista de crimes atribuídos a "TH" é extensa. Ele já havia sido denunciado pela Justiça Militar pelo assassinato do cabo do Exército Michel Augusto Mikami, em 2014, morto com um tiro na cabeça enquanto atuava na Força de Pacificação na Maré. Em 2016, "TH" foi acusado de ordenar um ataque contra uma viatura da Força Nacional que entrou por engano na comunidade da Vila do João, resultando na morte do agente Hélio Messias de Andrade.

Além dos homicídios, o criminoso foi responsabilizado por ordenar que traficantes atirassem contra qualquer veículo não identificado que entrasse na favela. Em uma dessas ações, um engenheiro de 53 anos foi morto e uma mulher de 49 anos ficou ferida ao entrar por engano na Maré.

O comandante de gestão operacional da PM, Ranulfo Brandão, destacou que "TH" era também um dos maiores ladrões de veículos e cargas da cidade. Ele é apontado como o responsável pela tentativa de roubo contra o goleiro Rossi, do Flamengo, na madrugada da última quinta-feira (7).

Durante a operação, vias expressas da cidade, como a Linha Amarela e a Linha Vermelha, foram parcialmente interditadas. Em meio ao confronto, motoristas deixaram seus veículos e se protegeram dos disparos. O secretário de segurança pública do Rio, Victor Santos, comparou a situação do Rio de Janeiro à Itália de duas décadas atrás, quando era dominada por organizações mafiosas.

Devido à operação, 45 escolas públicas do Complexo da Maré tiveram suas aulas suspensas. O sindicato Rio Ônibus informou que 70 linhas de ônibus sofreram mudanças de itinerário. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) cancelou provas e abono de faltas, enquanto a Fiocruz, localizada nas proximidades, orientou profissionais e estudantes a adotarem o trabalho remoto.