24/06/2025 20:36:59

Mundo
14/05/2025 06:00:00

EUA e Arábia Saudita assinam acordo de armas no valor de 127 mil milhões de euros

EUA e Arábia Saudita assinam acordo de armas no valor de 127 mil milhões de euros

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, assinaram nesta terça-feira (13), em Riade, um acordo bilionário que prevê o fornecimento de “equipamento de guerra de última geração” pelos EUA à Arábia Saudita, em troca de um investimento saudita de 20 mil milhões de dólares (17 mil milhões de euros) no setor de inteligência artificial dos Estados Unidos. O acordo foi firmado durante a primeira parada da viagem de Trump pelo Golfo Pérsico.

Além do acordo de defesa, que totaliza 142 mil milhões de dólares (127 mil milhões de euros), os dois líderes assinaram mais de uma dúzia de acordos que reforçam a cooperação entre as forças armadas, departamentos de justiça e instituições culturais de ambos os países. O acordo reflete uma aliança estratégica entre Washington e Riade, especialmente no setor de segurança e tecnologia.

O presidente Trump destacou o bom relacionamento com o príncipe herdeiro saudita, afirmando que ambos compartilham uma visão comum. “Acredito mesmo que gostamos muito um do outro”, disse Trump ao lado de bin Salman no início da reunião bilateral.

Expansão de investimentos e cooperação regional

A visita de Trump ao Oriente Médio também inclui paradas no Qatar e nos Emirados Árabes Unidos, onde estão previstos novos acordos, abrangendo inteligência artificial, cooperação energética e possíveis vendas adicionais de armas. No Qatar, há expectativa de que Trump anuncie um acordo envolvendo a aquisição de um luxuoso jato Boeing 747-8 como presente da família governante.

Na Arábia Saudita, além do acordo de defesa, o príncipe Mohammed bin Salman comprometeu-se a investir 600 mil milhões de dólares (537 mil milhões de euros) em novos investimentos nos Estados Unidos, um montante que Trump espera elevar para 1 bilião de dólares.

Controvérsias e exclusão de Israel do roteiro

A ausência de Israel na agenda da visita de Trump ao Oriente Médio gerou questionamentos sobre o posicionamento dos Estados Unidos em relação ao seu tradicional aliado na região. Analistas apontam que a decisão reflete uma prioridade econômica da administração Trump, focada em acordos financeiros e tecnológicos com os países do Golfo.

William Wechsler, diretor do Atlantic Council, afirmou que o itinerário da visita sugere que os governos do Golfo são, neste momento, aliados mais fortes de Trump do que o próprio governo de Israel. Essa percepção é reforçada pelo fato de que Israel não foi previamente informado sobre o acordo de cessar-fogo entre os Estados Unidos e os rebeldes Houthis no Iêmen, anunciado por Trump antes de sua viagem.

Impacto regional e críticas internas

A estratégia de Trump no Oriente Médio tem sido marcada por uma abordagem transacional, com foco em benefícios econômicos para os Estados Unidos. No entanto, essa política tem gerado críticas entre os democratas, que acusam o presidente de isolar os EUA de seus aliados tradicionais e priorizar parcerias baseadas em interesses financeiros.

O acordo entre Estados Unidos e Arábia Saudita é visto como mais um passo na aliança estratégica entre os dois países, mas também evidencia o distanciamento de Washington em relação a questões diplomáticas e de segurança na região, particularmente no que diz respeito ao conflito entre Israel e o Hamas.

A visita de Trump ao Oriente Médio ainda reserva desdobramentos, com novas parcerias e possíveis anúncios de cooperação, reafirmando o papel dos países do Golfo como parceiros estratégicos dos Estados Unidos.