PF prende grupo suspeito de burlar sistema de autenticação biométrica da plataforma Gov.br

A Polícia Federal prendeu cinco pessoas nesta terça-feira (13), durante a operação “Face Off”, que teve como objetivo desarticular uma organização criminosa especializada em fraudar o sistema de autenticação biométrica da plataforma Gov.br. O grupo é acusado de assumir o controle de contas de usuários para autorizar empréstimos consignados no aplicativo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e acessar valores esquecidos em bancos, pertencentes a pessoas vivas e mortas.

De acordo com as investigações, os criminosos exploravam uma vulnerabilidade na ferramenta de autenticação biométrica da plataforma Gov.br, conhecida como liveness, que é responsável por garantir que a imagem do rosto do usuário seja autêntica. Esse sistema analisa características como a textura da pele, expressões faciais e até mesmo comandos para que o usuário pisque os olhos, sorria ou mova a cabeça, garantindo que não se trata de uma imagem falsa.

No entanto, o grupo criminoso conseguiu burlar essa tecnologia utilizando imagens extraídas de redes sociais, máscaras em 3D de alta tecnologia ou até mesmo capturas ilegais realizadas em aplicativos suspeitos. Dessa forma, eles assumiam o controle das contas e conseguiam autorizar operações financeiras indevidas.

As autoridades estimam que cerca de três mil contas tenham sido comprometidas por meio desse esquema. A operação foi deflagrada após a identificação do método utilizado pelos criminosos e o rastreamento das transações irregulares.

Especialistas em segurança digital alertam que, para aumentar a proteção na plataforma Gov.br, os usuários devem adotar medidas adicionais, como habilitar o sistema de verificação em duas etapas, que exige uma senha aleatória enviada ao celular do usuário no momento do acesso. Também é recomendável cadastrar os dispositivos utilizados para acesso à plataforma, de modo que qualquer tentativa de login de um aparelho desconhecido seja bloqueada automaticamente.

A Polícia Federal segue investigando o alcance da atuação da quadrilha e identificando outras possíveis vítimas afetadas pelo esquema.