O Ministério Público Estadual de Alagoas (MPAL) denunciou um ex-funcionário de um correspondente bancário vinculado ao Banco do Brasil em Olho D’água das Flores, acusado de desviar aproximadamente R$ 723.828,00 de 67 clientes, a maioria idosos com idades entre 70 e 80 anos. Segundo a denúncia, o homem utilizava o dinheiro das vítimas para apostas online no chamado "jogo do tigrinho".
A ação penal, apresentada pelo promotor de Justiça Alex Almeida, descreve o crime como de extrema gravidade, destacando que o acusado se aproveitou da confiança dos clientes e da empresa para cometer fraudes financeiras e morais. Entre os crimes atribuídos ao denunciado estão peculato, inserção de dados falsos em sistema de informações e falsidade ideológica qualificada.
De acordo com as investigações, o homem utilizava sua posição para acessar as contas dos clientes, realizar transferências não autorizadas, contratar empréstimos fraudulentos e inserir dados falsos nos sistemas da instituição. Ele também falsificava digitalmente autorizações e declarações, permitindo que continuasse cometendo os crimes por meses sem levantar suspeitas.
As vítimas identificadas incluem 17 idosos com idades entre 62 e 83 anos. Em depoimento, o acusado confessou os crimes e afirmou que desviava o dinheiro para quitar dívidas relacionadas ao vício em apostas online, especialmente no "jogo do tigrinho".
O Ministério Público solicitou à Justiça o bloqueio e a indisponibilidade de todos os bens do acusado, incluindo contas bancárias, veículos, imóveis e criptoativos, com o objetivo de garantir o ressarcimento das vítimas. Também foi pedida uma indenização mínima com base no valor total desviado.
O promotor Alex Almeida ressaltou que, apesar de o acusado não ser servidor público estatutário ou celetista, sua condição de correspondente autorizado de uma instituição financeira federal — o Banco do Brasil, uma sociedade de economia mista — o caracteriza como funcionário público para fins penais. Por isso, o crime de peculato foi incluído na denúncia.
“Não há justificativa para o ato criminoso, por mais que se tente apresentar álibis, inclusive o vício em jogo. Foram 67 pessoas lesadas, entre elas várias com mais de 70 e 80 anos. O Ministério Público solicitou à Justiça que o acusado seja punido conforme a lei e que seus bens sejam bloqueados para garantir o ressarcimento às vítimas”, afirmou o promotor.