O presidente da Rússia, Vladimir Putin, propôs neste domingo (11/05) negociações diretas com a Ucrânia para encerrar a guerra que teve início em fevereiro de 2022. Em uma coletiva de imprensa no Kremlin, Putin sugeriu que as conversas com Kiev sejam realizadas a partir de 15 de maio, em Istambul. O presidente russo afirmou que as negociações devem abordar as causas profundas do conflito e que um novo cessar-fogo, respeitado por ambas as partes, pode ser estabelecido como um primeiro passo para uma paz duradoura.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, considerou a proposta um "sinal positivo" e afirmou que Kiev está disposta a negociar. No entanto, Zelenski destacou que o primeiro passo para qualquer acordo deve ser um cessar-fogo imediato de 30 dias, incondicional, que deveria começar já nesta segunda-feira (12/05). O cessar-fogo é uma exigência apoiada por potências europeias como França, Alemanha, Reino Unido e Polônia, que estiveram em Kiev para discutir o conflito.
Apesar da proposta de diálogo, Putin criticou os líderes europeus por tratarem a Rússia "de forma rude e com ultimatos". Ele defendeu que qualquer cessar-fogo deve ser parte de discussões mais amplas sobre o conflito. Putin também revelou que manteria contato com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, para facilitar o início das negociações em Istambul.
A guerra entre Rússia e Ucrânia já dura mais de três anos, com a Rússia ocupando atualmente cerca de 20% do território ucraniano. Desde o início da invasão, o conflito já causou centenas de milhares de mortes e provocou o maior confronto entre a Rússia e o Ocidente desde a Crise dos Mísseis de Cuba, em 1962.
Reações Internacionais e Dúvidas Sobre o Cessar-Fogo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, saudou a possibilidade de um acordo, destacando que "centenas de milhares de vidas poderão ser salvas". Em contraste, o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que a proposta russa é "um primeiro passo, mas não suficiente", destacando que um cessar-fogo incondicional não deve ser precedido de negociações.
A Rússia, no entanto, manteve sua postura rígida em relação às condições para o fim do conflito. Putin reiterou que a Ucrânia deve abandonar oficialmente suas ambições de ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e retirar suas tropas das quatro regiões ucranianas que Moscou reivindica como parte do território russo.
Apesar da proposta de negociação, a Rússia realizou neste domingo uma série de ataques com drones contra Kiev e outras áreas da Ucrânia, resultando em feridos e danos materiais, o que lança dúvidas sobre a real intenção de Moscou em alcançar uma paz imediata.