21/05/2025 04:15:30

Especial
09/05/2025 10:00:00

Escassez de médicos afeta mais de um terço dos países das Américas, aponta relatório da Opas

Escassez de médicos afeta mais de um terço dos países das Américas, aponta relatório da Opas

Um relatório recente divulgado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) revela que mais de um terço dos países das Américas enfrenta uma grave escassez de médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde. O documento, que apresenta dados e indicadores regionais, destaca que 14 dos 39 países analisados não possuem profissionais suficientes para atender às necessidades da população.

Ameaça ao acesso universal à saúde

O estudo alerta que, se não houver mudanças imediatas, a região poderá enfrentar uma escassez de 600 mil a 2 milhões de agentes de saúde nos próximos cinco anos. Essa situação representa uma ameaça direta aos planos de alcançar a cobertura universal de saúde.

Jarbas Barbosa, diretor da Opas e médico brasileiro, destacou que os profissionais da saúde são a espinha dorsal dos sistemas de saúde. “Sem esses trabalhadores, não será possível garantir o acesso universal à saúde”, afirmou. Ele reforçou a necessidade urgente de investimentos em treinamento, retenção de profissionais e melhores condições de trabalho para evitar o agravamento da crise.

Distribuição desigual de profissionais de saúde

Atualmente, a média da região é de 66,5 profissionais de saúde para cada 10 mil habitantes, superando o padrão de 44,5 estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, essa média esconde grandes desigualdades entre os países.

Os dados mais acessíveis são relacionados à enfermagem, que é dominada por mulheres, representando 89,7% dos profissionais do setor. Nos Estados Unidos, a densidade de enfermeiras é de 131,5 para cada 10 mil pessoas, enquanto no Haiti é de apenas 3,8 por 10 mil habitantes.

Entre os médicos, a maioria é do sexo masculino, com 51,3% do total, e apenas um terço dos países das Américas tem mais mulheres do que homens na medicina. Em relação aos psicólogos, a Argentina lidera com quase 18 profissionais para cada 10 mil habitantes, seguida pela Costa Rica, com 16,8.

Desafios regionais e envelhecimento da força de trabalho

O relatório também destaca que o envelhecimento da força de trabalho é uma preocupação em países como Estados Unidos e Guatemala, onde quase metade dos médicos têm 55 anos ou mais. Isso indica a necessidade urgente de formar novas gerações de profissionais para garantir a continuidade dos serviços de saúde.

No setor de obstetrícia, os países de língua inglesa do Caribe, como Antigua e Barbuda, e algumas nações sul-americanas, como o Chile, se destacam com maior número de parteiras. No entanto, muitas regiões ainda enfrentam dificuldades para garantir assistência adequada no momento do parto.

Recomendações da Opas

Para enfrentar a crise, a Opas recomenda que os governos da região priorizem o treinamento e a capacitação de novos profissionais de saúde, adotem políticas de retenção e melhorem as condições de trabalho, garantindo segurança e remuneração justa. O fortalecimento da força de trabalho em saúde é visto como um passo fundamental para garantir que todas as pessoas nas Américas tenham acesso aos cuidados necessários.



Enquete
Ex-Governador e atual Senador Renan Filho pretende voltar ao Governo de Alagoas, Você concorda?
Total de votos: 70
Google News