A decisão do Banco Central de elevar a taxa básica de juros da economia, a Selic, de 14,25% para 14,75% ao ano, anunciada nesta quinta-feira (8/5), reforça o protagonismo da renda fixa entre as opções de investimento no Brasil. Com o novo patamar da Selic, o mais alto em quase duas décadas, os analistas apontam que a renda fixa continua a ser uma alternativa atrativa, especialmente para o pequeno investidor.
De acordo com Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a atratividade da renda fixa já era evidente desde setembro de 2024, quando o Banco Central retomou o ciclo de alta dos juros. “Não é de hoje que a renda fixa está com tudo. Isso ocorre desde que o BC começou a subir a Selic novamente”, afirmou Oliveira.
O diretor da Anefac destaca que a renda fixa oferece retornos consistentes e superiores a outras modalidades, como a poupança, que atualmente tem um rendimento anual abaixo de 7%. Em contrapartida, investimentos como fundos DI e Certificados de Depósito Bancário (CDBs) indexados ao CDI — que segue a taxa básica de juros —, além do Tesouro Selic, apresentam ganhos superiores. Mesmo após o desconto do Imposto de Renda, que gira em torno de 20%, esses investimentos têm retornos entre 11,29% e 11,69% ao ano, segundo os cálculos de Oliveira.
“Essas aplicações continuam sendo destaque e devem manter essa posição, especialmente porque os resultados da Bolsa também devem ser impactados pela desaceleração da economia, fortalecendo ainda mais a renda fixa”, completou o diretor.
Oportunidades na renda fixa e estratégias de diversificação
Arley Junior, estrategista de investimentos do Santander, também reforça que a renda fixa segue como destaque entre as recomendações de investimento. No entanto, ele ressalta que há espaço para diversificação, mesmo dentro dessa classe de ativos. Segundo o especialista, os investimentos em títulos prefixados estão em evidência, pois podem garantir bons retornos em um cenário de fim de ciclo de alta dos juros.
“A categoria de investimentos que chama atenção são os títulos prefixados. Eles estão com preços atrativos e podem proporcionar ganhos na marcação a mercado quando o ciclo de corte de juros começar, o que deve ocorrer em 2026”, explicou Arley Junior.
Além disso, o estrategista aponta que a perspectiva é de que a Selic permaneça em 14,75% ao ano até o final de 2025, com expectativa de queda para 12,50% em 2026, segundo o Boletim Focus do Banco Central. Para os anos seguintes, a projeção é de que a Selic se mantenha em dois dígitos até 2028, encerrando aquele ano em 10%.
Renda fixa ganha força com juros elevados
Com a Selic em 14,75%, a renda fixa se destaca não apenas pela segurança, mas também pelos retornos superiores a outras alternativas, como a poupança. Títulos públicos, como o Tesouro Selic, e CDBs indexados ao CDI são os favoritos entre os investidores que buscam proteção e rentabilidade garantida. Para aqueles que desejam uma maior diversificação, os títulos prefixados surgem como uma opção interessante, especialmente em um cenário de possível queda dos juros nos próximos anos.
Diante desse cenário, especialistas recomendam que os investidores continuem atentos às oportunidades na renda fixa, aproveitando os rendimentos superiores enquanto a taxa básica de juros se mantém elevada.