Ataques aéreos israelenses atingiram uma escola administrada pela ONU em Gaza, que abrigava mais de 2 mil pessoas deslocadas, resultando na morte de pelo menos 30 pessoas, entre elas mulheres e crianças. O ataque ocorreu na terça-feira (6), na escola da Unrwa em Al Bureij, no centro de Gaza, em dois momentos: por volta das 18h e novamente às 22h20.
A Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos (Unrwa) informou que o edifício sofreu danos graves, dificultando a evacuação das vítimas. Um incêndio irrompeu no local, obrigando os moradores a cavarem buracos nas paredes para resgatar os feridos e recuperar os corpos. Funcionários da Unrwa relataram cenas de desespero, com sobreviventes tentando salvar pertences em meio aos vestígios de sangue e partes de corpos.
Desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023, após o ataque do Hamas a Israel, mais de 400 escolas em Gaza foram diretamente atingidas. A ONU destacou que 95,4% das escolas da região — um total de 501 de 564 unidades — precisarão de reconstrução completa ou grandes reformas para voltarem a funcionar.
Na quarta-feira (7), o alto comissário de Direitos Humanos da ONU, Volker Turk, condenou os planos de Israel de expandir as ações militares em Gaza, alertando que isso poderia levar a mais deslocamentos, mortes e destruição da infraestrutura. Ele criticou a proposta israelense de entregar ajuda humanitária apenas por meio de centros controlados por militares, afirmando que isso transformaria a assistência em uma arma.
A ONU também expressou preocupação com o impacto da ofensiva nas condições de vida dos palestinos, ressaltando que a maioria dos deslocados foram forçados a deixar suas casas várias vezes durante o conflito. Operações de busca e resgate continuam na escola atingida, com muitos ainda desaparecidos.