Novos desdobramentos do escândalo no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) revelam um esquema milionário de corrupção. Durante a operação que expôs descontos ilegais nas contas de aposentados, a Polícia Federal (PF) apreendeu um caderno com anotações que indicam o pagamento de propina a servidores da Previdência. O material foi encontrado no escritório de Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", em Brasília.
O caderno contém registros de nomes abreviados, como "Virgílio 5%" e "Stefa 5%", que, segundo a PF, fazem referência ao ex-procurador-geral do INSS, Virgílio Oliveira Filho, e ao ex-presidente do instituto, Alessandro Stefanutto. As investigações apontam que o lobista movimentou mais de R$ 53 milhões em pagamentos feitos por entidades envolvidas nas fraudes, dos quais pelo menos R$ 17 milhões foram repassados a ex-diretores do INSS.
Além disso, há indícios de que os envolvidos no esquema estariam transferindo o dinheiro desviado para o exterior, incluindo paraísos fiscais. Estima-se que cada passageiro do grupo poderia transportar cerca de R$ 5 milhões em notas de R$ 100 em uma bagagem de mão permitida a bordo.
Outro investigado no caso é Domingos Sávio de Castro, que, segundo a PF, tinha ligações com entidades suspeitas e intensificou suas viagens internacionais desde novembro de 2023, visitando destinos como Miami e Panamá. Pessoas ligadas a Domingos teriam recebido mais de R$ 10,5 milhões de empresas intermediárias investigadas no esquema.
A investigação segue em andamento, e as autoridades continuam apurando o envolvimento de outros suspeitos no esquema de corrupção que desviou milhões dos aposentados.