Assédio, redes sociais e olheiros do tráfico: como facções recrutam adolescentes na parte baixa de Maceió

Facções criminosas estão utilizando redes sociais para aliciar adolescentes nos bairros da Ponta da Terra e Jatiúca, na parte baixa de Maceió, com o objetivo de recrutá-los como olheiros do tráfico de drogas. A denúncia foi feita pelo conselheiro tutelar Weber Leite, que relatou ter recebido informações de pais preocupados com a segurança de seus filhos.

Segundo Leite, os adolescentes, muitos com apenas 13 e 14 anos, são abordados principalmente pelo Instagram, onde são atraídos com promessas de proteção e dinheiro fácil. Uma vez convencidos, são instruídos a monitorar a movimentação em suas áreas, atuando como olheiros para os traficantes.

Em vídeo publicado nas redes sociais, o conselheiro alertou os pais para que fiquem atentos ao comportamento e às atividades digitais dos filhos. "Chegou ao meu conhecimento que adolescentes de 13 e 14 anos estão sendo recrutados. Isso mesmo, estão sendo recrutados pela rede social, mais precisamente pelo Instagram", afirmou Leite. Ele destacou que a proposta inicial inclui promessas de segurança e vantagens financeiras, mas que, na prática, coloca os jovens em situação de risco.

O conselheiro afirmou que levará os casos às autoridades policiais para que sejam investigados e medidas sejam adotadas para coibir o aliciamento de menores por facções criminosas. A situação evidencia uma nova estratégia dos grupos criminosos, que utilizam as redes sociais como ferramenta para expandir suas operações e alcançar jovens vulneráveis.

Leite reforçou a importância de os responsáveis monitorarem as redes sociais dos filhos e manterem um diálogo aberto, alertando-os sobre os perigos desse tipo de abordagem. A denúncia deverá ser acompanhada de uma investigação policial para identificar os responsáveis e proteger os adolescentes da influência do crime organizado.