12/05/2025 12:13:13

Geral
08/05/2025 04:00:00

Entenda o conflito entre Paquistão e Índia na Caxemira

Entenda o conflito entre Paquistão e Índia na Caxemira

Os recentes ataques entre Índia e Paquistão reacenderam o histórico conflito entre os dois países na região da Caxemira, uma área disputada há mais de sete décadas e que continua sendo um dos pontos mais tensos da geopolítica global. Nesta quarta-feira (07/05), ao menos 26 pessoas morreram após um ataque indiano com mísseis contra alvos civis no lado paquistanês. Em resposta, o Paquistão lançou ataques de artilharia e declarou ter derrubado caças indianos que sobrevoavam a região.

O governo indiano justificou a ofensiva como uma retaliação ao atentado terrorista de 22 de abril em Pahalgam, onde homens armados, supostamente vindos do Paquistão, abriram fogo contra civis, deixando 26 mortos, a maioria hindus. O Paquistão negou envolvimento no ataque, mas os confrontos na Caxemira intensificaram-se desde então.

A Caxemira é uma região de 222 mil quilômetros quadrados, dividida entre Índia, Paquistão e China. A Índia controla a área mais populosa, que inclui o Vale da Caxemira, Jamu e Ladaque. O Paquistão administra o norte, incluindo Caxemira Livre e Gilguite-Baltistão. A China detém Aksai Chin, uma área pouco habitada, mas estrategicamente importante.

O conflito tem raízes históricas que remontam a 1947, quando a Índia Britânica foi dividida em dois países: Índia, de maioria hindu, e Paquistão, de maioria muçulmana. O então marajá de Jamu e Caxemira, Hari Singh, decidiu se aliar à Índia após uma tentativa de invasão por guerrilheiros paquistaneses, desencadeando o primeiro confronto entre as duas nações. Desde então, a região é cenário de repetidos confrontos, insurgências e tensões diplomáticas.

Interesses Internacionais na Caxemira

Além de Índia e Paquistão, a China também tem interesses na Caxemira. Pequim administra Aksai Chin, uma área estratégica para conectar o Tibete a Xinjiang. A China também tem interesse econômico na estabilidade da região por meio do Corredor Econômico China-Paquistão (CPEC), que atravessa Gilguite-Baltistão.

Após os ataques recentes, o governo chinês pediu "moderação máxima" aos dois países, alertando para os riscos de uma escalada do conflito que poderia afetar toda a região.

Poderio Militar e Insurgência

A Índia mantém mais de 750 mil soldados na Caxemira, enquanto o Paquistão dispõe de 120 mil militares na fronteira, além de outras forças especializadas. Os dois países são potências nucleares, o que torna o conflito particularmente perigoso. A região também abriga grupos insurgentes, que a Índia acusa de serem apoiados pelo Paquistão.

Entre os grupos mais conhecidos estão o Hizbul Mujahideen, Jaish-e-Mohammed e Lashkar-e-Taiba, os quais já realizaram ataques na Caxemira. O Paquistão nega fornecer apoio a esses grupos e se apresenta como um defensor dos direitos dos muçulmanos da Caxemira.

O Futuro do Conflito

O agravamento da crise na Caxemira depende de como Índia e Paquistão gerenciarão a situação nas próximas semanas. O governo indiano afirmou que seus ataques foram "planejados para serem não escalonados", focando apenas em alvos terroristas. No entanto, analistas alertam que a situação permanece tensa, com ambos os países enfrentando forte pressão interna e o risco de uma escalada militar.



Enquete
Ex-Governador e atual Senador Renan Filho pretende voltar ao Governo de Alagoas, Você concorda?
Total de votos: 50
Google News