Na madrugada desta quarta-feira (06/05, horário local), as Forças Armadas da Índia realizaram bombardeios contra uma série de alvos em território paquistanês. Conforme o governo indiano, a ação foi direcionada a estruturas terroristas que teriam sido usadas para planejar o atentado ocorrido em abril na Caxemira indiana, que resultou na morte de 26 pessoas, sendo 25 delas indianas.
Em comunicado oficial, o Ministério da Defesa da Índia afirmou que a ofensiva, batizada de Operação Sindoor, teve como foco locais usados para coordenar ataques contra o território indiano, localizados no Paquistão e na região de Jammu e Caxemira sob controle paquistanês. Segundo o governo, os ataques foram “precisos, limitados e sem intenção de escalada”. O ministério destacou que instalações militares do Paquistão não foram atingidas e que houve “moderação na escolha dos alvos e na execução da ação”.
As Forças Armadas indianas publicaram uma imagem com o nome da operação e a frase “a justiça foi feita” na rede social X. A Índia acusa o Paquistão de envolvimento direto no ataque de 22 de abril e havia prometido uma resposta adequada, o que aumentou significativamente a tensão entre os dois países nas últimas semanas. Islamabad, por sua vez, nega qualquer envolvimento no atentado.
O Paquistão, que compartilha com a Índia o controle da disputada região da Caxemira desde 1947, denunciou que ao menos sete pessoas morreram na ofensiva e que áreas civis foram atingidas. O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, classificou a ação como um “ato de guerra” e declarou que o país está pronto para responder. Segundo autoridades militares paquistanesas, os mísseis atingiram a cidade de Bahawalpur, na província de Punjab, próxima à fronteira com a Índia.
Em resposta à ofensiva, o Paquistão afirmou que já iniciou uma reação e que suas aeronaves estão prontas para combate. Segundo a polícia indiana, após os ataques, o Exército do Paquistão efetuou disparos de artilharia contra áreas controladas pela Índia, ferindo duas mulheres. O Exército indiano acusou o país vizinho de violar novamente o cessar-fogo, ao bombardear setores de Bhimber Gali e Poonch-Rajauri, e garantiu que respondeu “de forma apropriada e calibrada”.
O agravamento da situação motivou uma reação internacional. O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou preocupação com as operações e apelou à contenção máxima dos dois lados, alertando que o mundo “não suporta mais um confronto militar entre Índia e Paquistão”.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também se manifestou. Em pronunciamento na Casa Branca, afirmou ter sido informado sobre o conflito e desejou um desfecho rápido. “Eles lutam há décadas... séculos, na verdade. Só espero que isso acabe logo”, disse.
Este novo confronto entre os dois países ocorre em meio a uma história de disputas na região da Caxemira e relembra o episódio de 2019, quando a Índia retaliou um ataque que matou 40 paramilitares indianos com bombardeios em supostas bases insurgentes no Paquistão. Na ocasião, o país vizinho respondeu com ataques a áreas isoladas em território indiano.