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Acidente
07/05/2025 02:00:00

Putin minimiza necessidade de usar armas nucleares na Ucrânia e cita fim ‘lógico’ para a guerra

Putin minimiza necessidade de usar armas nucleares na Ucrânia e cita fim ‘lógico’ para a guerra

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que talvez não seja necessário recorrer ao arsenal nuclear do país no conflito contra a Ucrânia. A declaração foi dada durante um documentário exibido no domingo (5) pela emissora estatal russa, que celebra os 25 anos de Putin no poder. A informação foi divulgada pela agência Associated Press (AP).

Putin afirmou que “não houve necessidade de usar essas [armas nucleares] e espero que não sejam necessárias”, ao comentar os recentes ataques ucranianos em território russo. Ele ressaltou que Moscou possui “força e meios suficientes para levar o que começou em 2022 a uma conclusão lógica com o resultado que a Rússia exige”.

Apesar das palavras do presidente, nos últimos meses Moscou ultrapassou o tom retórico e adotou medidas práticas envolvendo seu arsenal de armas de destruição em massa, especialmente nos últimos meses de 2024. Um dos principais marcos desse processo foi a flexibilização da doutrina nuclear russa, anunciada por Putin em setembro. A nova diretriz estabelece que um ataque contra o país por um Estado que não possua armas nucleares, mas que conte com o apoio de uma potência nuclear, será considerado um “ataque conjunto”.

Essa alteração, diante do contexto da guerra na Ucrânia, representa que Moscou pode usar armamento nuclear em resposta a uma ofensiva de Kiev com armas fornecidas por países ocidentais. Antes da mudança, a doutrina previa o uso do arsenal nuclear apenas como resposta a um ataque atômico ou em situações extremas que ameaçassem a existência da Federação Russa.

A decisão do Kremlin, somada a exercícios militares com armas de destruição em massa realizados em outubro do ano passado, ocorreu após a Otan flexibilizar o uso de armamento fornecido à Ucrânia, permitindo maior liberdade para o uso contra alvos no território russo.

Em junho, a Rússia já havia promovido exercícios que chamaram a atenção do Ocidente por envolverem armas nucleares táticas, algo pouco usual. Essas manobras costumam utilizar armamentos estratégicos de grande poder destrutivo, como os que foram utilizados pelos Estados Unidos em Hiroshima e Nagasaki. No entanto, os exercícios recentes empregaram artefatos menos potentes, voltados a atingir alvos específicos, sinalizando uma possível disposição de usá-los no conflito ucraniano.

Kiev sob ataque

Enquanto Putin fazia suas declarações no fim de semana, drones russos atingiram áreas residenciais de Kiev na madrugada de domingo (4). Conforme o Serviço de Emergência da Ucrânia, ao menos 11 pessoas ficaram feridas, entre elas duas crianças.

A ofensiva incluiu 165 drones e dois mísseis balísticos, resultando em duas mortes nas regiões de Dnipropetrovsk e Sumy. A Força Aérea Ucraniana informou que 69 drones foram abatidos e outros 80 foram desviados por interferência eletrônica.

Durante os ataques, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, voltou a criticar a proposta russa de cessar-fogo por 72 horas, que seria realizada entre os dias 8 e 10 de maio em homenagem ao Dia da Vitória. Ele ironizou dizendo que “Putin está muito ansioso para exibir seus tanques no desfile, mas ele deveria pensar em acabar com sua guerra”, durante uma entrevista ao lado do presidente da República Tcheca, Petr Pavel.

Zelensky reforçou a proposta dos Estados Unidos por uma pausa de 30 dias, afirmando que Moscou ignorou essa sugestão por 54 dias. Ele agradeceu o apoio da República Tcheca e destacou que o país espera receber 1,8 milhão de projéteis de artilharia em 2025, por meio de uma iniciativa liderada por Praga com o apoio da Otan. O presidente ucraniano também anunciou a criação de uma escola para treinar pilotos de caças F-16 fora da Ucrânia, devido aos bombardeios contínuos da Rússia.



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