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05/05/2025 00:00:00

O que se sabe sobre o veleiro brasileiro abatido a tiros pela Marinha Americana

O que se sabe sobre o veleiro brasileiro abatido a tiros pela Marinha Americana

A Marinha dos Estados Unidos abateu a tiros, em fevereiro de 2023, um veleiro brasileiro que transportava três toneladas de cocaína em alto-mar, próximo ao continente africano. A ação resultou na apreensão da droga e desencadeou uma ampla investigação que culminou na deflagração da Operação Narco Vela, conduzida pela Polícia Federal.

A operação desarticulou uma organização criminosa com atuação internacional, cumprindo quatro mandados de prisão preventiva, 31 de prisão temporária e 62 de busca e apreensão em cinco estados brasileiros, além de ações nos Estados Unidos, Itália e Paraguai. A investigação teve início após uma comunicação da DEA (Agência de Repressão às Drogas dos EUA) à PF, informando sobre a apreensão no veleiro.

Imagens obtidas pela TV Tribuna mostram o momento em que o veleiro é alvejado e, em certo ponto, parte da embarcação explode. A Marinha Americana realizou a interceptação, mas outros carregamentos ligados à mesma rede foram capturados anteriormente pela Guarda Civil Espanhola e pela Marinha Francesa.

O esquema criminoso era comandado por um grupo com base na Baixada Santista. Os traficantes recrutavam pescadores para realizar o transporte da droga até o alto-mar, onde pequenas lanchas levavam os entorpecentes até barcos maiores, como pesqueiros e veleiros, responsáveis pelas travessias transoceânicas rumo à Europa e à África. Quando próximos ao destino, a droga era transferida para outras embarcações menores, que completavam o trajeto até o continente.

A Polícia Federal apontou que diversos integrantes do grupo já tinham experiência no tráfico internacional e que o aliciamento de pescadores se dava mediante promessa de altos pagamentos.

Entre os alvos da operação estava o empresário Rodrigo Morgado, dono da empresa Quadri Contabilidade. Ele teve mandados de busca e apreensão cumpridos em imóveis em Santos, Bertioga e São Paulo. Rodrigo foi preso na capital paulista após os agentes encontrarem uma arma dentro de sua Lamborghini. Ele alegou ter levado a arma “por falta de atenção” ao sair às pressas para internar o filho no Hospital Albert Einstein.

Durante a audiência de custódia, sua prisão foi convertida em preventiva. O juiz Antônio Balthazar de Mato apontou o envolvimento de Morgado com crimes de tráfico internacional, ameaça e vias de fato, considerando-o um risco à sociedade. A defesa, no entanto, conseguiu alvará de soltura na sexta-feira (2), após o juiz Mens de Mello considerar que a posse da arma poderia estar respaldada pela documentação de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC), o que será apurado no processo.

A Operação Narco Vela revelou a complexa estrutura logística do tráfico por via marítima e ampliou o foco da PF sobre rotas que envolvem o envio de grandes carregamentos de drogas ao exterior por embarcações brasileiras.



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