Na manhã deste domingo (4), um míssil lançado pelo grupo rebelde Houthi, do Iêmen, atingiu uma área próxima ao Aeroporto Internacional Ben Gurion, nos arredores de Tel Aviv, em Israel. O ataque, que causou a suspensão temporária do tráfego aéreo, foi reivindicado pelos Houthis, aliados do Hamas. O exército israelense confirmou que o projétil não foi interceptado por seus sistemas de defesa.
O impacto ocorreu por volta das 6h35, no horário local, em uma área arborizada próxima a uma rampa de acesso aos estacionamentos do Terminal 3, o principal do aeroporto e situado a menos de um quilômetro da pista. Segundo testemunhas e autoridades, o míssil abriu uma cratera com dezenas de metros de profundidade e largura. Seis pessoas ficaram feridas, mas nenhuma em estado grave, conforme informou o serviço de emergência médica.
Apesar das tentativas de interceptação pelos sistemas de defesa israelense Arrow e pelo sistema THAAD, operado pelos Estados Unidos, o míssil não foi abatido antes de atingir o solo. O THAAD havia sido enviado a Israel no ano anterior devido ao aumento da tensão com o Irã.
Logo após o impacto, sirenes de alerta soaram em diversas regiões do país. Passageiros que estavam no aeroporto foram levados para abrigos antimísseis. Com a situação sob controle, as operações de pousos e decolagens foram retomadas no final da manhã. No entanto, companhias como Air France, Lufthansa, Air India e British Airways decidiram cancelar ou adiar seus voos para Tel Aviv. A British Airways suspendeu os voos até quarta-feira (7), enquanto a Air India manterá a suspensão até terça (6).
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, prometeu uma retaliação "sete vezes mais forte" contra os Houthis. O gabinete de segurança israelense se reuniu ainda neste domingo para discutir medidas de defesa diante do ataque, que ocorreu um dia após a convocação de milhares de reservistas para ampliar a ofensiva contra o Hamas na Faixa de Gaza.
As tensões entre Israel e os Houthis vêm se intensificando desde o início da guerra em Gaza. Os Houthis, grupo xiita apoiado pelo Irã e que controla boa parte do Iêmen, incluindo a capital Sanaa, já haviam realizado disparos contra o território israelense anteriormente, mas desta vez conseguiram atingir uma área sensível. O ataque marca o fim de um intervalo de dois meses sem ações ofensivas diretas dos Houthis contra Israel, período encerrado após o recomeço da ofensiva israelense em Gaza em 18 de março.