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Saúde
04/05/2025 08:00:00

FAO alerta para riscos do uso de suplementos alimentares sem orientação médica

FAO alerta para riscos do uso de suplementos alimentares sem orientação médica

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) emitiu um alerta sobre os perigos associados ao uso indiscriminado de suplementos alimentares e alimentos funcionais, cuja popularidade tem crescido em todo o mundo. Segundo a entidade, apesar da percepção de segurança em torno desses produtos, seu consumo sem acompanhamento profissional pode representar sérias ameaças à saúde.

Entre os principais riscos citados estão interações medicamentosas, contaminação, toxicidade por overdose e reações alérgicas. Compostos antioxidantes como o resveratrol e a quercetina, por exemplo, podem interferir na eficácia de medicamentos como anticoncepcionais, antidepressivos, antidiabéticos e até tratamentos contra o câncer.

A FAO defende que as embalagens desses produtos contenham avisos explícitos como “este produto não é um medicamento” e “não exceder a ingestão diária recomendada”, além da lista completa das substâncias presentes. A organização também ressalta que não devem ser permitidas alegações terapêuticas ou promessas de efeitos superiores aos alimentos tradicionais.

Outro ponto levantado é a grande variação na composição dos suplementos, que pode ocorrer em função do tipo de planta utilizada, método de extração, condições de cultivo e armazenamento. Essa diversidade dificulta o controle de qualidade e a avaliação da segurança dos produtos, principalmente em um mercado global que ainda carece de regulamentação uniforme. O que é classificado como suplemento em um país pode ser considerado medicamento em outro, como ocorre com substâncias como vitamina D e melatonina.

O Brasil foi citado diretamente no relatório como exemplo regulatório. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabelece regras específicas para suplementos alimentares por meio da Resolução RDC 243/2018, definindo-os como produtos de uso oral voltados a complementar a dieta de pessoas saudáveis, podendo conter nutrientes, enzimas, probióticos e outras substâncias bioativas.

A FAO recomenda que autoridades de saúde intensifiquem o monitoramento e atualizem suas abordagens regulatórias conforme a evolução do mercado, além de reforçarem ações de conscientização sobre o uso seguro desses produtos. Com o crescimento da nutrição personalizada, a tendência é que suplementos e alimentos funcionais ganhem ainda mais espaço, tornando essencial o cuidado com sua qualidade e segurança para proteger a saúde pública e fortalecer sistemas alimentares sustentáveis.



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