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Mundo
02/05/2025 14:00:00

Venezuela aumenta pensões, que tinham valor irrisório no país

Venezuela aumenta pensões, que tinham valor irrisório no país

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou um aumento expressivo nas pensões pagas no país. A partir do dia 1º de maio, os beneficiários passarão a receber US$ 50 por mês, valor significativamente superior aos US$ 1,50 pagos anteriormente. Apesar do reajuste das pensões, o salário mínimo dos trabalhadores permanecerá inalterado.

O anúncio foi feito por Maduro durante um pronunciamento transmitido pela televisão estatal. A decisão surge após intensa pressão por parte dos aposentados, que vinham denunciando há meses que os valores recebidos estavam muito abaixo da linha da pobreza.

Mesmo sem reajustar o salário mínimo, que segue congelado em US$ 1,50 mensais — embora com auxílios alcance US$ 130 — o governo decidiu ampliar os subsídios alimentares e implementar um bônus direcionado aos 5,5 milhões de servidores públicos em atividade, em um país com pouco mais de 28 milhões de habitantes.

Segundo Maduro, o novo pacote de medidas eleva a renda mínima dos funcionários públicos para US$ 160 por mês. O valor inclui US$ 120 de bônus mensais e mais US$ 40 referentes ao chamado Cesta Ticket, um auxílio para alimentação.

Apesar do acréscimo nos valores recebidos, líderes sindicais e trabalhadores criticam duramente o modelo baseado em auxílios e gratificações. Eles argumentam que tais valores não são computados para efeitos de aposentadoria, cálculo de férias, tempo de serviço ou gratificações de fim de ano, uma vez que todos esses direitos são calculados com base apenas no salário mínimo.

Os pagamentos de salários e pensões continuam sendo feitos em bolívares, moeda oficial do país. No entanto, o governo permite que esses valores sejam mensalmente indexados ao dólar, devido à desvalorização da moeda local.

Para justificar a falta de reajustes salariais, o governo venezuelano responsabiliza os Estados Unidos. De acordo com o discurso oficial, o bloqueio financeiro e o embargo ao petróleo imposto por Washington impedem que a Venezuela aumente os vencimentos dos trabalhadores. As autoridades venezuelanas também afirmam que as sanções aplicadas durante o governo de Donald Trump, incluindo a revogação de licenças para empresas que exploravam petróleo no país, agravaram ainda mais a crise econômica.

Entre 2014 e 2021, a Venezuela enfrentou uma severa recessão econômica, com queda de 80% no seu Produto Interno Bruto. Apesar de uma leve recuperação recente, o país ainda enfrenta condições precárias e especialistas alertam para o risco de retorno da hiperinflação e da recessão.

Nesse cenário, o êxodo de venezuelanos se intensificou. Dados da Agência da ONU para Refugiados indicam que 1,18 milhão de pessoas pediram asilo entre 2018 e 2023. No mesmo período, pedidos de asilo de outras nacionalidades ficaram abaixo desse número, como os 324.529 afegãos, 319.170 cubanos, 217.740 nicaraguenses, 223.834 iraquianos e 160.209 sírios. Ao todo, estima-se que cerca de sete milhões de venezuelanos tenham deixado o país nos últimos anos.



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