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Economia
02/05/2025 10:00:00

Caged: em março, ritmo de criação de vagas formais desaba 83,6%

Caged: em março, ritmo de criação de vagas formais desaba 83,6%

O número de vagas com carteira assinada criadas no Brasil despencou em março de 2025, com a geração de apenas 71.576 postos de trabalho formais, uma queda de 83,6% em comparação ao saldo positivo de 437.111 registrado em fevereiro. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (30/4) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O saldo do mês resultou de 2.235.662 admissões contra 2.163.086 desligamentos. Segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, a queda abrupta é atribuída a fatores sazonais, como o carnaval ocorrido em março deste ano. Ele explicou que o feriado teria antecipado contratações que, em um ano típico, ocorreriam apenas no mês seguinte.

Marinho cobra redução da Selic e defende direitos trabalhistas

Durante a apresentação dos dados, Marinho aproveitou para defender a redução da taxa básica de juros, atualmente em 14,25% ao ano. “Está na hora de parar de aumentar a taxa Selic e falar em reduzir a taxa Selic. Acho que o sinal (dos dados de março do Caged) é que está na hora de reduzir os juros”, afirmou o ministro.

Marinho também declarou que não aceita alterações em direitos como FGTS e seguro-desemprego, e disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem atendido à maior parte da pauta reivindicatória das centrais sindicais. Uma das medidas pendentes, segundo ele, é a aprovação no Congresso da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para até R$ 5 mil.

Programa de crédito e crítica ao rotativo do cartão

O ministro destacou o sucesso do programa de crédito consignado para trabalhadores da iniciativa privada, que movimentou cerca de R$ 10 bilhões em apenas 40 dias. Segundo Marinho, esse crédito tem permitido aos trabalhadores trocarem dívidas caras por financiamentos mais acessíveis, aumentando o poder de compra.

Ele também criticou os juros do rotativo do cartão de crédito, chamando-o de “armadilha”. “A gente espera, com isso, que as famílias possam planejar melhor e substituir dívida cara por dívida barata”, comentou.

Desempenho por setor e estados

Entre os cinco principais setores da economia, três apresentaram saldo positivo em março: serviços (+52.459), construção (+21.946) e indústria (+13.131). Já o comércio registrou queda de 10.310 vagas, e a agropecuária, de 5.644.

Em relação às unidades federativas, 19 dos 27 estados apresentaram crescimento no emprego formal, com destaque para São Paulo (+34.864), Minas Gerais (+18.169) e Santa Catarina (+9.841). Por outro lado, Alagoas (-8.492), Rio de Janeiro (-6.758) e Mato Grosso (-3.544) lideraram os saldos negativos.

Dos novos postos criados, 73,5% foram considerados empregos típicos, enquanto os 26,5% restantes foram classificados como não típicos, incluindo jornadas reduzidas (até 30 horas), aprendizes e contratos intermitentes.

Acumulado em 12 meses

No acumulado de 12 meses até março de 2025, foram gerados 1.613.752 empregos formais, o que representa uma queda de 1,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Ainda assim, o estoque total de trabalhadores celetistas no país atingiu 47.857.000 vínculos formais, o maior número da série histórica, segundo o MTE.



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