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Atualidade
02/05/2025 02:00:00

Relatório aponta cinco fatores que empurram milhões para a pobreza

Relatório aponta cinco fatores que empurram milhões para a pobreza

Mais de 690 milhões de pessoas vivem atualmente com menos de US$ 2,15 por dia, segundo o Relatório Mundial Social de 2025 divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU). A publicação alerta que as conquistas sociais das últimas décadas estão ameaçadas por uma combinação de crises econômicas, conflitos armados, mudanças climáticas, crescimento da desigualdade e perda de confiança nas instituições.

Crises externas empurram populações de volta à pobreza

O estudo revela que, além dos que vivem em pobreza extrema, cerca de 2,8 bilhões de pessoas têm rendas entre US$ 2,15 e US$ 6,85 por dia, estando vulneráveis a choques econômicos e desastres naturais. Pequenas crises, como aumentos de preços ou eventos climáticos extremos, são suficientes para empurrar milhões de volta à miséria, mesmo aqueles que haviam superado temporariamente a linha da pobreza.

Trabalho informal aumenta a insegurança econômica

Ter uma renda superior a US$ 6,85 por dia não é garantia de estabilidade. A maioria dos trabalhadores em países de baixa e média renda está inserida no setor informal, sem proteção social, salários justos ou estabilidade no emprego. Já nos países desenvolvidos, cresce o número de pessoas em empregos temporários, parciais ou na chamada "gig economy", com pouca segurança ou direitos trabalhistas garantidos. Uma pesquisa da World Values Survey mostra que 60% da população mundial teme perder o emprego ou não conseguir se recolocar.

Crise climática e conflitos armados dificultam avanços

O relatório destaca que os 50% mais pobres do planeta são responsáveis por apenas 12% das emissões de carbono, mas são os mais afetados pelas perdas de renda decorrentes de desastres ambientais. Além disso, um em cada sete habitantes do planeta vive em zonas de conflito armado. Desde 2010, o número de conflitos dobrou, dificultando a erradicação da pobreza em diversas regiões.

Desigualdade de renda se acentua globalmente

Desde os anos 1990, a desigualdade de renda aumentou em diversas nações, inclusive nas mais populosas, como China e Índia. Atualmente, dois terços da população mundial vivem em países onde a desigualdade cresceu. O relatório aponta que os 1% mais ricos do planeta concentram mais riqueza do que 95% da população mundial. Como resposta, o Brasil propôs em 2024, no âmbito do G20, um imposto global anual de 2% sobre bilionários, com potencial de arrecadar entre US$ 200 e US$ 250 bilhões por ano.

Declínio da confiança institucional e aumento da polarização

A desconfiança nas instituições é outro fator agravante. Desde os anos 1990, a maioria das populações perdeu a confiança em seus governos. Jovens nascidos no século 21 mostram ainda menos fé nas instituições. O relatório também destaca o papel das redes sociais na propagação da desinformação, discurso de ódio e polarização política, o que compromete a coesão social e a capacidade de ação coletiva.

ONU propõe novo pacto baseado em equidade e solidariedade

Diante do cenário, a ONU propõe um novo consenso político global fundamentado em três pilares: equidade, segurança econômica para todos e solidariedade. O documento defende que não bastam mais políticas sociais pontuais, mas sim transformações estruturais profundas em políticas públicas, instituições e mentalidades. A Segunda Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Social, prevista para 2025, é apontada como momento decisivo para transformar essas propostas em compromissos concretos.



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