Deputados da oposição protocolaram nesta quarta-feira (30) um pedido formal para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de investigar um esquema de fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O requerimento foi assinado por 185 parlamentares, entre eles os alagoanos Alfredo Gaspar (União) e Fábio Costa (PP), ambos também opositores à reforma tributária.
A instalação da CPI depende agora da autorização do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), conforme prevê o regimento interno da Casa. Somente com esse aval é que a comissão poderá ser oficialmente instaurada e iniciar seus trabalhos.
A proposta de criação da CPI ganhou força após as revelações da Polícia Federal sobre um esquema que teria causado um prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. A investigação aponta que associações que prestam serviços a aposentados vinham cadastrando beneficiários do INSS de forma irregular, utilizando assinaturas falsas e sem consentimento, para realizar descontos mensais diretamente nos pagamentos previdenciários.
O deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), autor do pedido, declarou que a prioridade é pressionar o presidente da Câmara para que a “CPI do Roubo dos Aposentados” seja pautada com urgência. “Estamos com 184 assinaturas, e saindo daqui irei protocolar o pedido de instalação da CPI na nossa secretaria junto com outros parlamentares”, afirmou.
O vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), também defendeu a instauração da CPI, classificando-a como uma das mais importantes da história do Congresso Nacional. Segundo ele, os desvios praticados atingem diretamente uma parcela vulnerável da população. “Nesse caso, os bilhões de reais foram desviados de idosos, de aposentados, uma covardia sem tamanho”, disse.
A expectativa agora gira em torno da decisão de Hugo Motta, cuja autorização é essencial para que a comissão seja instalada e possa avançar nas apurações sobre os desvios no INSS.