Às vésperas do Dia do Trabalhador, uma pesquisa da Nexus divulgada nesta quarta-feira (30/4) aponta que a maioria da população brasileira defende a redução da carga horária semanal permitida por lei, atualmente de até 44 horas. O levantamento “Os brasileiros e a jornada de trabalho” mostra que 65% dos entrevistados apoiam a diminuição da jornada, número que sobe para 76% entre os jovens de 16 a 24 anos.
Desempregados e jovens veem na medida novas oportunidades no mercado
O apoio à proposta é ainda mais expressivo entre os desempregados, grupo em que 73% acreditam que a mudança poderia abrir novas vagas de trabalho. Entre os trabalhadores ocupados, 66% apoiam a ideia. De acordo com Marcelo Tokarski, CEO da Nexus, os dados indicam que a perspectiva de criação de empregos motiva parte significativa da adesão, especialmente entre quem busca o primeiro emprego ou tenta voltar ao mercado.
Apoio à redução da jornada diminui com a idade
A pesquisa também mostra que o apoio à redução da jornada cai gradualmente conforme a faixa etária: 69% dos brasileiros entre 25 e 40 anos são favoráveis à medida, seguidos por 63% dos que têm entre 41 e 59 anos e 54% entre os com 60 anos ou mais. Entre os idosos, 34% são contrários à mudança, enquanto apenas 16% dos jovens de 16 a 24 anos rejeitam a ideia.
Qualidade de vida e produtividade são os principais argumentos dos favoráveis
Mais do que uma pauta econômica, a jornada de trabalho é vista como um fator determinante para o bem-estar. Para 65% dos brasileiros, a redução da carga horária traria benefícios à qualidade de vida. Apenas 16% acreditam que a mudança seria prejudicial, e 15% acham que não faria diferença.
Em relação à produtividade, 55% dos entrevistados afirmam que uma semana de trabalho reduzida — como em uma escala de quatro dias — teria impacto positivo. Entre os mais jovens, esse índice chega a 67%. Para 20% da população, a mudança afetaria negativamente a produtividade, enquanto 19% não veem impacto.
Mudança é vista como benéfica também para o desenvolvimento do país
Além dos ganhos individuais, 45% dos brasileiros acreditam que uma eventual alteração na Constituição para reduzir a jornada semanal traria benefícios sociais ao país. No campo econômico, 40% consideram a mudança positiva, 27% acham que não traria diferenças e outros 27% demonstram receio de possíveis impactos negativos.