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Acidente
01/05/2025 00:00:00

Paquistão afirma ter provas de que Índia prepara ofensiva militar nas próximas horas

Paquistão afirma ter provas de que Índia prepara ofensiva militar nas próximas horas

O governo do Paquistão declarou nesta quarta-feira (30) ter obtido “inteligência crível” indicando que a Índia planeja iniciar uma ação militar nas próximas horas. A denúncia ocorre em meio à intensificação das tensões entre os dois países, ambos com arsenais nucleares, após o assassinato de 26 civis hindus na região da Caxemira indiana, em 22 de abril. A informação foi divulgada pela agência Reuters.

Relatos de autoridades e sobreviventes apontam que os agressores, identificados como militantes islâmicos, separaram os homens, solicitaram seus nomes e dispararam contra as vítimas a curta distância. O governo indiano atribuiu o atentado a três indivíduos, sendo dois deles paquistaneses, classificados por Nova Délhi como “terroristas”. O Paquistão nega envolvimento no caso e defende uma apuração imparcial dos fatos.

Como resposta ao ataque, ambos os países tomaram medidas diplomáticas e estratégicas. A Índia suspendeu unilateralmente a implementação do Tratado das Águas do Indo, considerado fundamental para o fornecimento hídrico do Paquistão, que por sua vez fechou o espaço aéreo para companhias indianas. Já nesta quarta-feira, a Índia também bloqueou o sobrevoo de aeronaves paquistanesas.

Paquistão alega risco de conflito armado e cobra moderação dos EUA

Em comunicado oficial, o Paquistão alertou para o risco de escalada armada e afirmou possuir provas de que a Índia pretende realizar ataques militares dentro de um intervalo de 24 a 36 horas, baseando-se em acusações consideradas infundadas relacionadas ao incidente em Pahalgam. Até o momento, o Ministério das Relações Exteriores da Índia não comentou a acusação.

O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, telefonou ao secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, solicitando que Washington pressione o governo indiano a moderar seu discurso e agir com responsabilidade. Em nota, o gabinete do premiê também condenou o uso político da água e reafirmou que o atual tratado hídrico proíbe a retirada unilateral de compromissos assumidos.

Mesmo com o aumento da tensão, autoridades de ambos os países mantiveram, na terça-feira (29), o contato semanal por telefone. Uma fonte militar relatou à Reuters que os indianos protestaram formalmente contra disparos não provocados vindos do lado paquistanês. Nas últimas seis noites, as forças dos dois países trocaram tiros com armas leves ao longo da Linha de Controle (LoC), sem registro de vítimas fatais.

ONU e potências mundiais apelam por moderação

O temor de uma nova guerra entre Índia e Paquistão, que já enfrentaram três conflitos diretos e mantêm rivalidade desde o fim do domínio britânico, mobilizou a comunidade internacional. A ONU fez um apelo direto aos dois governos para que contenham os ânimos e impeçam o agravamento da situação. “Pedimos fortemente que as autoridades de ambos os países exerçam máxima moderação”, declarou o porta-voz Stephane Dujarric.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, também atuou para tentar evitar o confronto, ligando separadamente para representantes dos dois países. Ele reforçou a necessidade de evitar um embate que possa ter consequências trágicas. Os governos dos Estados Unidos e do Reino Unido também pediram calma e, no caso britânico, emitiram uma recomendação para que seus cidadãos não viagem à Caxemira.

Grupo extremista reivindica autoria de ataque que intensificou crise

A Frente de Resistência (TRF, na sigla em inglês) assumiu a responsabilidade pelo atentado que matou 26 civis hindus, mas autoridades indianas afirmam que o grupo funciona como fachada do Lashkar-e-Taiba, organização terrorista com base no Paquistão. Em resposta, o Exército indiano iniciou uma série de operações de busca e eliminação de suspeitos na região da Caxemira.

O Lashkar-e-Taiba, fundado com financiamento de Osama bin Laden há mais de três décadas, tem como objetivo a anexação do território indiano de Jammu e Caxemira ao Paquistão. O grupo já realizou vários atentados contra alvos indianos, sendo o mais notório o ataque coordenado de 2008 em Mumbai, que envolveu explosões, sequestros e tiroteios, resultando em 165 mortos e cerca de 300 feridos.



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