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Acidente
30/04/2025 04:00:00

Nove mortos em confrontos entre atiradores drusos e forças do governo sírio após vídeo ofensivo circular nas redes

Nove mortos em confrontos entre atiradores drusos e forças do governo sírio após vídeo ofensivo circular nas redes

Pelo menos nove pessoas morreram em confrontos ocorridos no subúrbio de Jaramana, em Damasco, na Síria, envolvendo combatentes drusos e forças pró-governamentais. A violência teve início após a divulgação nas redes sociais de um áudio em que um homem fazia declarações ofensivas ao profeta Maomé. O material foi atribuído ao clérigo druso Marwan Kiwan, que negou qualquer envolvimento.

Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede no Reino Unido, seis combatentes drusos e três atacantes foram mortos durante os confrontos. Dois dos mortos pertenciam ao Serviço Geral de Segurança da Síria. O Ministério do Interior informou que investiga a origem do áudio e, em comunicado, afirmou que os indícios iniciais apontam que Kiwan não é o autor. A pasta também fez um apelo para que a população respeite a lei e evite ações que comprometam a segurança nacional.

Marwan Kiwan publicou um vídeo online em que se defende: “Nego categoricamente que o áudio tenha sido feito por mim. Eu não disse isso e quem o fez quer incitar a discórdia entre o povo sírio.” Apesar da declaração, o conteúdo do áudio causou revolta entre muçulmanos sunitas, gerando tensões na área predominantemente drusa de Jaramana.

Tensão sectária cresce em meio a instabilidade pós-Assad

Os drusos são uma minoria religiosa que surgiu no século X, como uma ramificação do ismaelismo, um ramo do islamismo xiita. Mais da metade dos cerca de um milhão de drusos do mundo vive na Síria, sendo o restante concentrado no Líbano e em Israel, incluindo a região dos Montes Golã, anexada por Israel após a guerra de 1967.

Desde a queda do presidente Bashar al-Assad, em dezembro, a Síria tem enfrentado episódios de violência sectária. No mês passado, confrontos intensos ocorreram na região costeira do país, envolvendo membros da seita alauíta, à qual Assad pertencia. A Rede Síria para os Direitos Humanos relatou mais de mil mortos nessa onda de violência, incluindo centenas de civis.

Mesmo com os esforços do novo governo sírio para unificar grupos armados sob uma única autoridade, a tensão sectária persiste. Alguns combatentes drusos expressam desconfiança em relação ao governo central, alegando que Damasco não tem oferecido proteção adequada contra milícias hostis. Outras minorias também demonstram temor de marginalização diante do novo cenário político, após a derrubada do regime anterior.



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