17/05/2025 12:03:55

Atualidade
29/04/2025 17:00:00

Fernando Collor recebe proposta de emprego no presídio

Fernando Collor recebe proposta de emprego no presídio

O ex-presidente Fernando Collor de Mello recebeu uma proposta de emprego logo após sua chegada ao presídio Baldomero Cavalcanti, em Maceió, na última sexta-feira (25). De acordo com a coluna do jornalista Carlos Madeiro, do UOL, a oferta foi feita pela empresa Pré-moldados Empresarial Alagoas, que mantém uma fábrica no núcleo industrial dentro do complexo penitenciário. Collor foi convidado a assumir o cargo de gerente geral, com um salário de R$ 1.518.

A reportagem da Tribuna Independente procurou a Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) para confirmar a proposta feita ao ex-presidente, mas até o fechamento da edição, não houve resposta oficial.

Roberto Boness, proprietário da empresa, afirmou que a iniciativa busca oferecer a Collor uma oportunidade de trabalho enquanto ele cumpre sua pena, uma vez que, conforme a Lei de Execuções Penais, a cada três dias de trabalho um dia da sentença pode ser reduzido. Boness ressaltou que todos os reeducandos recebem um salário mínimo e destacou a importância de o ex-presidente ter uma atividade produtiva. "O interessante para ele seria a redução de pena e dar utilidade à sua vida, ao invés de ficar trancado sem fazer nada numa cela", comentou.

A proposta de emprego estabelece uma jornada de trabalho de 40 horas semanais, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, com uma hora de intervalo para o almoço. Contudo, o advogado de Collor, Marcelo Bessa, afirmou desconhecer a proposta até o momento.

Boness destacou que, mesmo sem conhecer pessoalmente o ex-presidente, acredita que sua experiência gerencial poderia contribuir significativamente para a empresa, que nunca contou com reeducandos com formação superior. "Com a visão gerencial dele, acredito que alavancaria nossa empresa a outro patamar", disse o empresário ao UOL.

A oferta foi formalizada ainda na sexta-feira, com uma mensagem enviada ao sistema prisional e aos advogados de Collor, incluindo aqueles responsáveis pela audiência de custódia e sua defesa em Brasília. "Cabe a ele aceitar", afirmou Boness.

Caso aceite a proposta, Collor trabalharia com mais de 30 funcionários, sendo 25 deles reeducandos em situação semelhante à sua. Boness garantiu que, em 13 anos de operação, a empresa nunca enfrentou problemas com os 380 reeducandos que passaram pela fábrica.

A fábrica está instalada no Núcleo Industrial Bernardo Oiticica, uma iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em parceria com o sistema penitenciário de Alagoas, inaugurada em 2010. O local é referência nacional na oferta de trabalho a reeducandos, abrigando atualmente 15 empresas.

Para que Collor possa assumir o cargo, seus advogados precisam solicitar sua transferência para o Núcleo Ressocializador da Capital, presídio-modelo destinado a presos de bom comportamento que exercem atividades laborais. O núcleo possui a melhor estrutura do sistema prisional de Alagoas, em contraste com o Baldomero Cavalcanti, onde o ex-presidente está atualmente, local que recentemente foi alvo de denúncias por más condições.

Inicialmente, Collor foi acomodado na sala do diretor do presídio, mas a expectativa é que, em menos de um ano e meio, ele passe a cumprir a pena em regime semiaberto. Entretanto, como Alagoas adota a prisão domiciliar nesse regime, sua defesa ainda aguarda a análise do pedido de prisão domiciliar, alegando a idade avançada do ex-presidente e seus problemas de saúde, como Parkinson e transtorno bipolar.



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