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A Rússia vem intensificando seus ataques híbridos com a intenção de desestabilizar a sociedade na Holanda e em outros países europeus, conforme relatório anual divulgado nesta semana pela agência de inteligência militar holandesa (MIVD). De acordo com o documento citado pela Reuters, hackers russos chegaram a invadir o sistema digital de um serviço público holandês, em uma ação detectada pela primeira vez pela agência.
“A ameaça russa contra a Europa está aumentando, inclusive após um possível fim da guerra contra a Ucrânia”, declarou Peter Reesink, diretor da MIVD, ao comentar os dados apresentados. O chefe da agência destacou que “o conflito na zona cinzenta entre guerra e paz se tornou uma realidade. Cada vez mais, atores estatais tentam minar nossa sociedade com ataques híbridos. A Rússia, especialmente, está cada vez mais disposta a assumir riscos”.
Segundo informações do serviço de inteligência, além da ofensiva contra o setor público, foi identificada uma operação cibernética russa direcionada à infraestrutura crítica da Holanda, o que pode indicar preparações para atos de sabotagem. As ameaças híbridas apontadas pelo MIVD incluem desde ataques cibernéticos e campanhas de desinformação até a sabotagem física de instalações estratégicas.
O relatório também reafirma preocupações anteriores sobre o mapeamento de infraestruturas no Mar do Norte por entidades russas, com foco em espionagem e eventuais ataques contra cabos de internet, sistemas de abastecimento de água e redes de energia. Essas atividades fariam parte de uma estratégia mais ampla para comprometer a segurança europeia.
Em novembro do ano passado, o chefe da inteligência estrangeira britânica acusou a Rússia de executar uma “campanha de sabotagem incrivelmente imprudente” na Europa, envolvendo ataques cibernéticos e até incêndios criminosos relacionados ao governo de Moscou. A Rússia negou todas as acusações, classificando-as como “infundadas e não comprovadas”.
A MIVD advertiu que a intensificação desses ataques híbridos pode persistir mesmo com um eventual cessar-fogo entre Moscou e Kiev, mantendo a Europa sob constante risco de novas tentativas de desestabilização.
