Pelo menos 40 pessoas morreram nesta segunda-feira (28) em decorrência de bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, conforme informou a agência de Defesa Civil do território palestino. Entre as vítimas fatais, ao menos cinco eram crianças, atingidas por drones de Israel.
“Contaram-se 40 mártires do amanhecer até agora”, declarou Mohammed al Moughayer, funcionário da Defesa Civil de Gaza, à AFP.
Israel já matou mais de 2 mil palestinos desde retomada do genocídio em março
Israel retomou os ataques à Faixa de Gaza em 18 de março, após uma trégua de dois meses. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, pelo menos 2.222 pessoas foram mortas desde então, elevando o total de mortos para 52.314 desde o início do conflito.
De acordo com a agência de Defesa Civil, oito pessoas foram mortas em Jabalyia, no norte do território, após a casa de uma família ser atingida. “Estavam dormindo em suas casas, sentindo-se seguros, quando os mísseis caíram (...) essa cena faz o corpo tremer”, relatou Abdul Majeed Abu Mahadi, de 67 anos, que perdeu o irmão no ataque.
Outro ataque em Khan Yunis, no sul de Gaza, também resultou em oito mortes. Dois deslocados morreram em um bombardeio contra uma barraca no campo de Al Shafii, a oeste de Khan Yunis, e uma pessoa morreu em uma rotatória a oeste da Cidade de Gaza. O Exército de Israel não se manifestou sobre os ataques.
Fome e saques agravam crise humanitária em Gaza
A situação humanitária em Gaza se deteriora rapidamente, com relatos crescentes de saques em meio à fome generalizada. Desde o início de março, Israel bloqueia a entrada de ajuda humanitária no território, agravando ainda mais a crise.
“Temos recebido mais relatos de saques, no contexto de uma situação humanitária desesperadora e de escassez de bens”, declarou Stéphane Dujarric, porta-voz da ONU. Relatos indicam saques de caminhões de ajuda em Deir al Balah e de um depósito na Cidade de Gaza durante o fim de semana.
Dujarric afirmou que, durante o período de cessar-fogo, quando a ajuda humanitária fluía, não houve registros de saques. “Se são pessoas roubando por desespero ou gangues criminosas vendendo bens, não sabemos. Mas o que é certo é que há cada vez menos alimentos e suprimentos disponíveis em Gaza”, acrescentou.
A ONU detectou cerca de 10 mil casos de desnutrição grave em crianças na Faixa de Gaza apenas neste ano. Desde 2 de março, Israel controla rigidamente os fluxos de ajuda internacional, impactando diretamente a sobrevivência dos 2,4 milhões de palestinos que vivem sob uma crise humanitária sem precedentes.