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Economia
29/04/2025 07:00:00

CGU identifica que 1,4 mil servidores que morreram ainda recebem benefícios

CGU identifica que 1,4 mil servidores que morreram ainda recebem benefícios

Em meio ao escândalo envolvendo fraudes em pagamentos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a Controladoria-Geral da União (CGU) identificou irregularidades no pagamento de auxílios a servidores federais. Uma auditoria revelou que 1.405 servidores continuavam recebendo assistência à saúde relativa a dependentes já falecidos, gerando um desembolso inconsistente de R$ 7,8 bilhões.

A auditoria focou no mês de dezembro de 2023, período em que foram concedidos R$ 42,5 milhões em benefícios, o que levantou suspeitas. O erro foi detectado em 132 órgãos da administração pública federal, sendo que as unidades auditadas foram a Secretaria de Gestão de Pessoas (SGP) e a Secretaria de Relações de Trabalho (SRT), ambas ligadas ao Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI).

Irregularidades apontam para falhas de controle

Apesar da gravidade dos valores, a CGU informou que, até o momento, não se confirmou a existência de fraude. A falha seria consequência da ausência de mecanismos eficazes de controle e da falta de atualização dos cadastros de beneficiários e seus dependentes.

Segundo a CGU, os relatórios com as irregularidades serão enviados aos órgãos responsáveis, que terão até 90 dias para se manifestarem. Caso confirmadas as inconsistências, os órgãos deverão corrigir os cadastros e providenciar a devolução dos valores pagos indevidamente. Os servidores beneficiados também serão notificados.

Prejuízo ao erário e necessidade de automação

A coordenadora do curso de administração da Universidade Católica de Brasília (UCB), Ana Cristina Barroso, ressaltou que, mesmo sem indícios de fraude, o pagamento indevido representa desvio de finalidade e dano ao patrimônio público. Para ela, é urgente investir em automação, governança de dados e capacitação das unidades responsáveis para mitigar riscos e evitar novos prejuízos.

Entre as medidas recomendadas pela CGU ao MGI estão a automatização do cadastro de dependentes, a criação de mecanismos que impeçam o pagamento a pessoas não elegíveis e o fortalecimento da divulgação dos procedimentos de controle para beneficiários e operadoras de planos de saúde conveniadas.

O MGI informou que está monitorando as ações junto aos órgãos e que as recomendações devem ser implementadas entre junho e setembro de 2025. Barroso ainda destacou que, embora a má gestão não seja tratada como corrupção, caso fique demonstrada omissão deliberada ou conivência, o caso poderá evoluir para improbidade administrativa ou até corrupção.



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