A varíola M, conhecida como mpox, continua a se espalhar por novas regiões do mundo, com a República Democrática do Congo permanecendo como o principal epicentro do surto. Desde agosto de 2024, o vírus se disseminou da RD Congo para quatro países vizinhos: Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda. Em 2025, já são 60 países que relataram casos da doença.
Transmissão local e esforços de vacinação na África. Embora fora da África as infecções estejam majoritariamente associadas a viagens internacionais, dentro do continente africano a transmissão local foi confirmada em outros países, como República do Congo, África do Sul, Sudão do Sul, Tanzânia e Zâmbia. Para conter a disseminação, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças da África (CDC África) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizaram o Plano de Resposta Continental, visando reforçar o controle de surtos e ampliar a cobertura vacinal.
Mais de 650 mil doses aplicadas e desafios humanitários. Cerca de 650 mil doses de vacina já foram administradas em seis países, sendo 90% na República Democrática do Congo. Ao todo, mais de um milhão de doses foram entregues a 10 países, com esforços contínuos para assegurar novos lotes. Apesar disso, o conflito armado no leste da RD Congo e cortes na ajuda humanitária têm dificultado a resposta de saúde pública e o acesso da população a serviços essenciais.
Novas variantes e emergência de saúde pública. A mpox, inicialmente uma doença zoonótica, tem apresentado crescente transmissão entre humanos. Em 2022, o clado IIb começou a se espalhar globalmente, principalmente por contato sexual. Já no final de 2023, outra cepa, o clado Ib, passou a ser transmitida por relações íntimas e contato próximo. Esta evolução levou o CDC africano a declarar uma Emergência de Saúde Pública de Segurança Continental e a OMS a decretar uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional em agosto de 2024.
Sintomas e impacto da mpox. A mpox provoca lesões dolorosas na pele e nas mucosas, frequentemente acompanhadas de febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, fadiga e inchaço dos gânglios linfáticos. A doença pode ser debilitante e, em muitos casos, desfigurante, aumentando a necessidade urgente de integrar seu tratamento aos serviços regulares de saúde.