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Acidente
28/04/2025 00:00:00

Filho de vice-diretora da CIA morreu lutando pela Rússia na guerra da Ucrânia, aponta investigação

Filho de vice-diretora da CIA morreu lutando pela Rússia na guerra da Ucrânia, aponta investigação

Michael Alexander Gloss, de 21 anos, filho de Julian Gallina Gloss, vice-diretora de Inovação Digital da CIA (Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos), morreu em abril de 2024 enquanto servia nas forças armadas da Rússia na guerra da Ucrânia. A informação foi revelada apenas recentemente, após investigação do site Important Stories, que confirmou que Michael foi um dos mais de 1,5 mil estrangeiros recrutados pelo Ministério da Defesa russo para combater no conflito.

Julian Gloss, veterana da inteligência norte-americana, atua na área militar há mais de três décadas. Formada pela Academia Naval dos EUA, ela foi a primeira mulher a liderar os cadetes da instituição nos anos 1990 e, em fevereiro de 2024, assumiu a vice-diretoria de Inovação Digital da CIA, posição estratégica voltada à modernização tecnológica da agência.

Michael foi encontrado em centro de recrutamento em Moscou após obter visto russo. De acordo com a investigação, ele obteve o visto em Istambul e, ao ingressar na Rússia, manifestou interesse em residir no país, aprender a língua local e buscar a cidadania. Após ser localizado em um centro de recrutamento em Moscou em setembro de 2023, Michael participou de treinamentos no centro Avangard, junto a outros estrangeiros, entre eles nepaleses e chineses.

Alistado no 137º Regimento Aerotransportado, Michael atuou na linha de frente em Donetsk. Seu nome constava nos registros da unidade militar baseada em Ryazan, que integra a 106ª Divisão Aerotransportada, uma das principais forças de combate da Rússia na Ucrânia. De acordo com colegas de batalhão e publicações em redes sociais, Michael participou de operações no front antes de morrer em 4 de abril de 2024.

Circunstâncias da morte não foram detalhadas pelas autoridades russas. A família Gloss foi informada do falecimento pelas autoridades da Rússia, mas detalhes sobre as condições da morte não foram divulgados. O obituário publicado nos Estados Unidos descreve Michael como alguém que "trilhava seu próprio caminho como herói quando morreu tragicamente na Europa Oriental", sem mencionar seu envolvimento com o Exército russo. Seu corpo foi sepultado em Fairfax, na Virgínia, oito meses após o falecimento.

Decisão de lutar pela Rússia surpreendeu amigos e conhecidos. De acordo com relatos reunidos pela investigação, Michael expressava críticas ao governo americano e demonstrava interesse em obter o passaporte russo para realizar projetos pessoais. Sua decisão de integrar as tropas russas coincidiu com a intensificação dos ataques da Rússia na Ucrânia e com o esforço do Kremlin para aumentar o número de combatentes estrangeiros.