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Brasil
27/04/2025 20:00:00

MST ocupa fazendas em Alagoas e Mato Grosso do Sul e soma 30 acampamentos no ‘Abril Vermelho’

MST ocupa fazendas em Alagoas e Mato Grosso do Sul e soma 30 acampamentos no ‘Abril Vermelho’

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou na manhã deste sábado (26) duas fazendas improdutivas: uma em Arapiraca, no agreste de Alagoas, e outra em Dourados, no Mato Grosso do Sul, totalizando 30 ocupações realizadas durante a Jornada de Lutas pela Reforma Agrária, conhecida como “Abril Vermelho”.

Em Alagoas, cerca de 300 camponeses instalaram um acampamento próximo à Vila Bananeira, iniciando mutirões para o preparo do solo com vistas à produção agrícola. Durante a manhã, o grupo foi alvo de ameaças de homens armados associados à pistolagem da região, além da presença de 15 a 20 caminhonetes do movimento Invasão Zero com homens armados tentando intimidar os acampados. A Polícia Militar esteve no local, chegando a impedir temporariamente a entrada e saída de pessoas e alimentos, bloqueio que foi encerrado após negociação envolvendo autoridades estaduais e federais.

A área ocupada, pertencente ao Grupo Bananeira, estaria improdutiva desde 2012, segundo o MST. “Queremos transformar esse espaço em um local de diversidade de produção, preservação ambiental e moradia digna”, afirmou Margarida Silva, da coordenação nacional do MST em Alagoas.

No Mato Grosso do Sul, 300 trabalhadores ocuparam uma área pertencente à JBS, próxima ao distrito de Panambi, também na manhã de sábado. Até o momento, não houve presença policial ou de seguranças privados, apenas o sobrevoo de drones foi registrado. A ocupação amplia o Acampamento Esperança, onde 270 famílias já vivem há dois anos às margens da rodovia MS-379, enfrentando episódios de violência, incluindo três incêndios e ataques de pistoleiros apenas em 2024.

Em ambas as ocupações, os camponeses planejam plantar mudas de árvores em homenagem ao papa Francisco, sepultado neste sábado em Roma. A ação simboliza, além da homenagem, o compromisso com a produção de alimentos e a preservação ambiental nas terras ocupadas.

A Jornada de Lutas de Abril do MST é realizada anualmente em memória ao Massacre de Eldorado do Carajás, ocorrido em 1996, quando 21 trabalhadores sem-terra foram assassinados pela Polícia Militar do Pará. Em 2025, a mobilização traz o lema “Ocupar para o Brasil alimentar”, defendendo a destinação de terras improdutivas para a reforma agrária e a produção de alimentos saudáveis.



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