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Justiça
26/04/2025 13:00:00

Treze anos após o assassinato da estudante Roberta Dias, Justiça condena dois envolvidos no crime

Treze anos após o assassinato da estudante Roberta Dias, Justiça condena dois envolvidos no crime

Treze anos após o brutal assassinato da estudante Roberta Dias, a Justiça concluiu a condenação de dois dos envolvidos no crime que abalou a cidade de Penedo e chocou o estado de Alagoas. Karlo Bruno Pereira foi condenado a 15 anos de prisão em regime fechado, enquanto Mary Jane Araújo Santos recebeu a pena de um ano e 10 meses de reclusão em regime aberto.

Roberta, estudante do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), estava grávida de três meses quando, em abril de 2012, foi brutalmente assassinada. O pai da criança, Saullo de Thasso Araújo dos Santos — filho de Mary Jane —, planejou a interrupção da gravidez com a ajuda de um amigo, já que a família não aceitava a gestação.

Durante o julgamento, realizado ao longo de três dias no Fórum de Penedo, o promotor de Justiça Sitael Jones Lemos detalhou as cruéis circunstâncias do crime. Segundo ele, Roberta foi vítima de homicídio triplamente qualificado — por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa —, além de aborto provocado por terceiro, ocultação de cadáver e corrupção de menores.

Ao narrar a brutalidade do crime, o promotor emocionou o tribunal: “Roberta foi morta de forma cruel, asfixiada com um fio automotivo. É impossível imaginar o desespero que ela sentiu ao tentar respirar sem sucesso.” Sitael destacou que os acusados negaram não apenas a vida da jovem, mas também a do bebê que ela carregava.

O caso se agravou com a participação de um adolescente, que, por ser menor de idade na época dos fatos, não foi julgado junto aos demais réus, sendo submetido a medidas socioeducativas.

O julgamento teve início no dia 23 de abril e foi marcado pelo depoimento comovente de Mônica Reis Costa, mãe de Roberta. Ela recordou o doloroso momento em que, ao tomar conhecimento da descoberta de um crânio na Praia do Pontal do Peba, decidiu agir por conta própria.

“Providenciei uma retroescavadeira e pedi ao operador que tivesse cuidado. Quando os braços surgiram da areia, depois as costelas e o sutiã… eu soube. Era ela”, relatou, emocionando todos os presentes.

Durante a fase de instrução processual, Saullo inicialmente negou a autoria do crime, mas, no decorrer do julgamento, confessou ter participado da execução de Roberta ao lado de Karlo Bruno. Mary Jane, por sua vez, negou envolvimento direto na execução da jovem.

O Caso

Roberta desapareceu aos 18 anos de idade após ser atraída para uma emboscada. A estudante havia saído de casa para uma consulta médica e, sem perceber, foi levada para uma armadilha nas proximidades de um posto de saúde.

O mistério só começou a ser esclarecido nove anos depois, quando sua ossada foi encontrada enterrada na areia da praia de Piaçabuçu. Exames realizados pela Perícia Oficial confirmaram que os restos mortais pertenciam a Roberta Dias, encerrando uma longa e dolorosa busca por respostas



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