O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma rara repreensão pública a Vladimir Putin após uma nova série de ataques aéreos da Rússia contra Kiev, que resultaram na morte de pelo menos 12 pessoas e ferimentos em outras 90. O bombardeio, ocorrido nesta quarta-feira (24), foi o mais letal desde julho de 2024. Em uma mensagem publicada em sua rede social Truth, Trump expressou indignação e pediu ao líder russo que "PARE!", destacando o número de baixas semanais, que segundo ele chegam a 5 mil soldados.
Trump acrescentou que os ataques são desnecessários e ocorrem em um momento inoportuno, pedindo novamente que seja firmado um acordo de paz. Apesar da crítica a Putin, Trump também direcionou ataques ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, acusando-o de estender o conflito ao se recusar a aceitar a cessão da Crimeia como parte de um possível acordo.
A Crimeia foi anexada pela Rússia em 2014, em movimento considerado ilegal pela comunidade internacional. Zelenskyy, por sua vez, reafirmou que ceder território à Rússia representa uma linha vermelha para a Ucrânia. Segundo ele, uma proposta de cessar-fogo apresentada pelos EUA já havia sido aceita por Kiev há 44 dias, mas os ataques russos prosseguiram.
Nos bastidores diplomáticos, Trump tem se empenhado em negociar diretamente com os dois líderes. Entretanto, vem afirmando que, ao contrário do que esperava, tem encontrado mais resistência por parte de Zelenskyy do que de Putin. O presidente americano tem insistido que o líder russo "tem as cartas" e, por isso, detém mais poder nas tratativas.
Durante encontro na Casa Branca com o primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Støre, o ministro das Finanças Jens Stoltenberg e o secretário de Estado Marco Rubio, Trump afirmou que está exercendo forte pressão sobre ambas as partes para que a guerra chegue ao fim. Questionado sobre quais concessões está exigindo de Putin, limitou-se a responder: "Parar a guerra". Segundo ele, a exigência de que a Rússia desista de "controlar o país inteiro" já representa uma concessão significativa.
A Noruega, que faz parte da OTAN e é uma das principais apoiadoras da Ucrânia, divide uma fronteira de quase 200 km com a Rússia, o que dá ainda mais peso às discussões entre Trump e o governo norueguês sobre o conflito em curso.