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Educação
25/04/2025 10:00:00

Ufal inicia 2025 com orçamento reduzido e dívida acumulada de R$ 15,2 milhões

Ufal inicia 2025 com orçamento reduzido e dívida acumulada de R$ 15,2 milhões

A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) começou o ano de 2025 enfrentando uma grave crise financeira. Conforme nota técnica da Pró-reitoria de Gestão Institucional (Proginst), a universidade passa a operar com um orçamento inferior ao necessário e um passivo acumulado que ultrapassa R$ 15,2 milhões, comprometendo diretamente serviços fundamentais como segurança, limpeza, manutenção e fornecimento de energia elétrica.

A dotação autorizada para 2025 no que se refere às despesas discricionárias é de R$ 103,9 milhões, ligeiramente acima dos R$ 96,3 milhões do ano anterior, mas ainda representa uma queda real de 0,38%, levando-se em conta o aumento dos custos operacionais, especialmente em contratos terceirizados considerados indispensáveis, os quais não podem ser interrompidos.

Impacto direto no funcionamento da instituição

A crise financeira gerada por esse desequilíbrio atinge diretamente a rotina acadêmica. Já no início do ano, a administração da Ufal iniciou o processo de reavaliação e redimensionamento de 17 contratos vinculados à rubrica 20RK, que custeia serviços como manutenção predial, limpeza, vigilância, suporte tecnológico, sistemas de gestão e atividades administrativas. Esses ajustes afetam os campi de Maceió e do interior do estado, colocando em risco o funcionamento normal da instituição.

Segundo o relatório da Proginst, a limitação orçamentária afeta também ações de ensino, pesquisa, extensão, internacionalização e políticas de permanência estudantil. Mesmo com o esforço contínuo de servidores e demais colaboradores, a falta de recursos ameaça a continuidade plena das atividades universitárias.

Dívidas acumuladas e litígios judiciais

A universidade ainda enfrenta disputas judiciais e passivos antigos que agravam o quadro. Um dos litígios de maior impacto envolve a empresa fornecedora de água nos campi de Maceió, com um valor estimado de R$ 22 milhões. Além disso, a instituição acumula mais de R$ 4 milhões em dívidas antigas, especialmente de contratos que não foram pagos por conta da ausência de repasses federais para cobrir reajustes e repactuações.

Em 2024, apesar da dotação inicial de R$ 96,3 milhões ter sido elevada para R$ 104,2 milhões com suplementações orçamentárias obtidas após intensa mobilização, os recursos continuaram insuficientes para atender às demandas da universidade.

A Pró-reitoria atribui parte do problema à Emenda Constitucional do Teto de Gastos, que limitou os investimentos em setores estratégicos como a educação. Embora exista discussão sobre um novo arcabouço fiscal, a ausência de mudanças concretas ainda penaliza instituições como a Ufal.

Instituição segue ativa, mas em alerta

Mesmo diante desse cenário adverso, a Ufal continua funcionando graças ao comprometimento de seus servidores, docentes, técnicos e demais profissionais. O Observatório de Contratos e o Fórum de Gestores seguem mobilizados para buscar alternativas e promover ajustes necessários. A administração central, no entanto, reforça que a manutenção integral das atividades depende da urgente revisão do orçamento.

O pró-reitor Jarman Aderico afirmou que a universidade promoverá encontros com representantes da comunidade acadêmica, visando apresentar com clareza a situação financeira e garantir transparência nas decisões adotadas frente à crise.



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