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Guerra
24/04/2025 22:00:00

Israel mantém silêncio após morte do papa Francisco; pontífice era crítico da crise humanitária em Gaza

Israel mantém silêncio após morte do papa Francisco; pontífice era crítico da crise humanitária em Gaza

Desde o falecimento do papa Francisco na última segunda-feira (21), o governo de Israel tem mantido uma postura de silêncio quase absoluto, contrastando com manifestações de pesar de líderes globais. O único representante do alto escalão israelense a lamentar oficialmente a morte do pontífice foi o presidente Isaac Herzog, que descreveu Francisco como “um homem de profunda fé e compaixão infinita”.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, conhecido por sua atividade constante nas redes sociais, não publicou qualquer declaração desde o anúncio da morte do papa. O Ministério das Relações Exteriores chegou a publicar uma mensagem de condolência na plataforma X, mas o post foi apagado pouco depois, segundo a imprensa local.

O silêncio de Netanyahu e de seus principais ministros gerou desconforto dentro da diplomacia israelense, especialmente entre embaixadores alocados em países de maioria católica. O portal Ynet relatou que diplomatas israelenses consideraram a falta de manifestações como um erro estratégico, agravando o desgaste nas relações com o Vaticano.

Relações estremecidas

A tensão entre a Santa Sé e o governo israelense se intensificou após os ataques de 7 de outubro de 2023, quando o Hamas lançou ofensiva contra o território israelense, levando à forte resposta militar de Israel na Faixa de Gaza. Desde então, o papa Francisco fez seguidas críticas à escalada da violência e à situação humanitária em Gaza, o que causou incômodo em autoridades israelenses.

Na recente mensagem de Páscoa, o pontífice voltou a denunciar as condições dramáticas na região, reforçando sua postura crítica ao conflito. Em resposta indireta, o ex-embaixador de Israel na Itália, Dror Eydar, afirmou nas redes sociais que Israel não deveria enviar representantes ao funeral do papa. Em artigo publicado no jornal Israel Hayom, Eydar ainda acusou Francisco de ter contribuído para o aumento do antissemitismo global após os ataques de outubro.

Apesar das tensões, o Ministério das Relações Exteriores de Israel confirmou que o país será representado nas cerimônias fúnebres pelo embaixador israelense junto ao Vaticano, Yaron Zeidman.



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