O governo de Israel apagou uma mensagem publicada em sua conta oficial na rede social X (antigo Twitter), na qual expressava pesar pela morte do papa Francisco, ocorrida na segunda-feira (22), aos 88 anos. A postagem dizia: “Descanse em paz, papa Francisco. Que sua memória seja uma bênção”, e vinha acompanhada de uma imagem do pontífice em visita ao Muro Ocidental, em Jerusalém.
Embora o governo israelense não tenha dado explicações oficiais para a remoção, veículos da imprensa local, como o Jerusalem Post, relataram que o ato foi motivado por críticas do papa à conduta de Israel na guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza. Fontes do Ministério das Relações Exteriores, citadas pelo jornal, classificaram a publicação como um "erro", considerando que Francisco teria feito declarações "contrárias a Israel".
Durante seu pontificado, o papa Francisco adotou postura crítica em relação ao conflito em Gaza. Em novembro de 2024, ele sugeriu que a comunidade internacional considerasse se os ataques israelenses poderiam ser caracterizados como genocídio. Já em janeiro, referiu-se à situação humanitária na região como “vergonhosa”, o que gerou reações negativas, incluindo a do rabino-chefe de Roma, que acusou o pontífice de “indignação seletiva”.
Apesar do silêncio do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu sobre a morte do papa, o presidente israelense Isaac Herzog enviou mensagem de condolências, exaltando Francisco como “um homem de fé profunda e compaixão sem limites”.
O papa Francisco, durante seus 12 anos de pontificado, manteve contato próximo com a minoria cristã em Gaza, com quem se comunicava frequentemente durante o conflito. Ele também foi reconhecido por condenar o antissemitismo e buscar o diálogo entre religiões, tendo orado tanto no Muro das Lamentações quanto em um trecho do muro israelense na Cisjordânia durante sua visita a Israel em 2014.